Angola pode duplicar a produção de diamantes nos próximos três anos
Venda dos cristais gerou cerca de US$ 1,3 mil milhão em 2014; país classifica de boa relação com produtores lusófonos; Angola ocupa o terceiro lugar na produção diamantífera africana.
Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.
Angola pode duplicar a produção diamantífera no próximo triénio, de acordo com o presidente do Conselho de Administração da Empresa Nacional de Diamantes, Endiama.
Falando à Rádio ONU, em Nova Iorque, António Carlos Sumbula disse que há entretanto a necessidade de evitar que a grande oferta provoque a redução de preços dos minerais. De acordo com as autoridades angolanas, a venda de diamantes chegou a US$ 1,3 mil milhões em 2014.
Comercialização
"Ainda a cerca de um ano e meio nós fizemos a descoberta de um Kimberlito de calibre mundial. Isso significa que dentro de sensivelmente dois a três anos nós poderemos duplicar a produção de diamantes no país. Como sabe, a produção de diamantes sobretudo na parte da comercialização deve ter uma concertação internacional para fazermos com que a sua comercialização no mercado seja equilibrada. "
De acordo com o representante, as negociações envolvem grandes produtores mundiais de diamantes como a África do Sul, a Austrália e o Botsuana.
Angola é o terceiro maior produtor de diamantes com 9 milhões de quilates do mineral extraído em 2014.
Processo Kimberley
O responsável destacou ainda o que chamou de relacionamento positivo no setor com países lusófonos. O relacionamento foi fortalecido em 2015, quando Angola presidiu o Processo Kimberley para certificar a exportação de diamantes.
"Neste momento todas as ações e documentos necessários para que Moçambique faça parte do processo Kimberley foram lançados e estão a ser tratados. No que diz respeito ao Brasil nós cooperamos em vários domínios. O Brasil coopera connosco na construção civil e na exploração de diamantes. A nossa cooperação com países de expressão portuguesa na área de diamantes é boa."
Angola anunciou que 99% de diamantes são agora exportados com o controlo do mecanismo de certificação sugerido pelo país há 15 anos.
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