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Violência em Moçambique persiste apesar de redução de ataques de grupos armados não-estatais

Malfeitores adotam uma abordagem não violenta com as comunidades
© Unicef/UNI405050/Zuniga
Malfeitores adotam uma abordagem não violenta com as comunidades

Violência em Moçambique persiste apesar de redução de ataques de grupos armados não-estatais

Migrantes e refugiados

Mesmo com a diminuição de ataques de grupos armados no país, violência persiste em Macomia, Muidumbe e Mocímboa da Praia, incluindo sequestros, assassinatos e incêndios; medo generalizado resultou na fuga de 801 pessoas; ONU orienta construção de aceitação comunitária para melhorar acesso humanitário.

O Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários, Ocha, relata que apesar da diminuição de ataques de grupos armados não-estatais em Moçambique, a violência persiste em Macomia, Muidumbe e Mocímboa da Praia.*

Os relatos incluem sequestros no distrito de Muidumbe, assassinato de civis em Macomia e incêndio de casas em Mocímboa da Praia, onde foram registrados saque de alimentos e outros mantimentos.

Medo generalizado

O medo nestas regiões persiste devido aos movimentos dos agentes de grupos armados não estatais. O Ocha indica que no inicio de novembro cerca de 801 pessoas abandonaram suas origens devido ao ataque de 11 de novembro, em Chitoio e Litandacua em Macomia e as aldeias de Mandela e Mapate em Muidumbe.

Ocha destaca que acesso à população afetada tem sido difícil
ONU Moçambique/Helvisney Cardoso
Ocha destaca que acesso à população afetada tem sido difícil

Em nota, o escritório cita que em alguns casos, os malfeitores prosseguiram com uma abordagem não violenta com as comunidades, uma estratégia aplicada com vista a conquistar corações e mentes das populações. Espera-se que esta tendência continue em 2024, tornando o acesso à população afetada mais difícil. 

O Grupo de Trabalho sobre Acesso Humanitário lançará, no início de 2024, orientações aos parceiros humanitários sobre a construção da aceitação comunitária em Cabo Delgado.A escolta continua a ser um requisito para o acesso rodoviário de Macomia-sede a Awasse. 

A exigência de escolta na estrada nacional 380 aplica-se a todos os movimentos, incluindo comerciais e humanitários. 

O Ocha continua a envolver as autoridades para utilização alternativa às escoltas armadas por parceiros humanitários.

*De Maputo para ONU News, Ouri Pota.