Unesco e União Europeia unem-se contra o tráfico de propriedade cultural
Debate online busca ampliar maneiras de reforçar o combate ao comércio ilegal de obras de arte e de ataques a museus e sítios arqueológicos; participam representantes de vários países europeus e do setor privado, incluindo um dos chefes do eBay.
A Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura, Unesco, e a União Europeia preparam para o dia 14 de setembro um debate online sobre a luta contra o tráfico ilegal de propriedade cultural.
A proposta é juntar representantes dos setores público e privado para discutir maneiras de reforçar o combate ao comércio ilegal de obras culturais e identificar ações concretas para serem implementadas.
Lavagem de dinheiro
A diretora-geral da Unesco, Audrey Azoulay, declarou que o “tráfico de propriedade cultural é um flagelo global lucrativo, que muitas vezes está associado a outros crimes organizados”, incluindo lavagem de dinheiro.
Segundo Azoulay, todas as regiões do mundo são afetadas e a pandemia piorou a situação. A Unesco destaca que o crime aumentou nos últimos anos, principalmente em áreas afetadas por conflitos armados e desastres naturais.
A crise na saúde causada pela Covid-19 teve um outro efeito, segundo a agência da ONU: redução da vigilância, da proteção e dos recursos. Museus fechados acabaram sendo alvo de ataques, assim como sítios arqueológicos.
Vendas ilegais online
A Unesco revela também que houve aumento das vendas ilegais pela internet. O chefe global de Políticas Regulatórias do eBay, Wolfgang Weber, será um dos participantes da reunião.
Este debate é parte do trabalho da Unesco para implementar a Convenção de 1970 sobre os Meios de Proibição e Prevenção da Importação, Exportação e Transferência Ilícita de Propriedade Cultural.
A diretora-geral da Unesco recebe para o debate representantes da Comissão Europeia, da União Africana, arqueólogos, e especialistas de países como Itália e França.