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Unesco condena ataques contra instituições culturais egípcias

Unesco condena ataques contra instituições culturais egípcias

Agência fala de saque em museu e destruição de monumentos de importância religiosa em três cidades; sobe para três o número de jornalistas que morreram devido à violência deste ano no país.

Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.

A Organização da ONU para Educação, Ciência e Cultura, Unesco, expressou firme condenação aos ataques contra as instituições culturais egípcias e o saque da propriedade cultural do país.

A agência cita relatos do saque do Museu Nacional de Malawi na cidade de Minya, no Alto Egito. A nota menciona ainda a destruição de vários monumentos de importância religiosa, incluindo igrejas e mesquitas no Alto Egito, em Fayoum e na capital Cairo.

Violência

No país, ocorrem confrontos entre apoiantes do deposto presidente Mohamed Mursi e forças de segurança, que desencadearam uma onda de violência que segundo estimativas teriam feito pelo menos 900 mortos.

A diretora-geral da agência, Irina Bokova, afirma que os atos contra a propriedade cultural constituem um dano irreversível para a história e para a identidade do povo.

Proteção

As autoridades egípcias foram instadas a garantir a proteção e a integridade dos museus, de sítios e de edifícios históricos incluindo os de importância religiosa.

Irina Bokova também apelou às autoridades a prevenir o tráfico de bens culturais roubados do Museu Nacional de Malawi. A agência manifestou-se disposta a dar apoio técnico, além de mobilizar entidades parceiras da Convenção de 1970 contra o Tráfico Ilícito de Património Cultural.

Herança

Conforme frisou, estas incluem o Conselho Internacional de Museus, Icom, Conselho Internacional de Monumentos e Sítios, Icomo, a Interpol e a Organização Mundial das Alfândegas.

Irina Bokova considera que a destruição do património cultural enfraquece seriamente as bases da sociedade egípcia que considera “não ser apenas uma herança do passado, a refletir a sua história rica e diversificada, mas também um legado para as gerações futuras.”

Jornalistas

Ainda sobre a situação no Egito, a representante lamentou as mortes de dois jornalistas durante a cobertura das manifestações no Cairo.

O fotógrafo Abdelaziz Habiba morreu na capital egípcia a 14 de agosto, ao serviço de um semanário do Dubai. Por sua vez, o veterano operador de câmara Mick Deane trabalhava para a rede de televisão britânica Sky News morreu após contrair ferimentos de armas de fogo.

Com as mortes sobe para três o número de profissionais que perderam a no país este ano.