Dia Internacional das Remessas de Famílias ressalta resistência a adversidades
Nações Unidas defendem maior impulso digital e financeiro nessas transações; meta é permitir maior inclusão nos campos social e econômico; receitas móveis e digitais subiram 65% gerando US$ 12,7 bilhões em 2020.
Este 16 de junho, as Nações Unidas marcam o Dia Internacional das Remessas de Famílias ressaltando a resiliência deste tipo de transações financeiras.
De acordo com a organização, os fluxos de remessas aumentaram cinco vezes nos últimos vinte anos. Uma performance capaz de contrariar ciclos de crises econômicas nos países destinatários.
Migrantes
Os tempos da pandemia são considerados “um teste para remessas globais.” Com as mudanças ocorridas no ano passado, tanto no meio dos trabalhadores migrantes como na diáspora, aumentou ainda mais a resiliência das remessas.
Recentemente, o Banco Mundial publicou um relatório revelando que em 2020 a queda nas remessas foi de 1,6% em relação a ano anterior, ao cair de US$ 548 bilhões para US$ 540 bilhões.
Este tipo de fluxos financeiros marca o “contrato social que liga os migrantes às suas famílias em casa”. Embora se acredite que o total envolvido chegue a bilhões, estima-se que famílias recebam em média entre US$ 200 a US$ 300 mensais.
O Dia Internacional das Remessas de Famílias foi proclamado pela Assembleia Geral das Nações Unidas em consideração aos mais de 200 milhões de migrantes que enviam dinheiro a mais de 800 milhões de familiares em seus países de origem.
Pandemia
A data evidencia ainda a grande resiliência destes trabalhadores, diante de situações de insegurança em contextos econômicos, desastres naturais, eventos climáticos e pandemia global.
O Pacto Global para uma Migração Segura, Ordenada e Regular defende a redução dos custos de transferência e a maior inclusão financeira através de remessas, definidas como pagamentos transfronteiriços envolvendo um valor relativamente pequeno mas vital para receptores em nações em desenvolvimento.
Apesar da limitação do valor quando contado de forma individual, a soma desses fluxos equivale ao triplo da assistência oficial ao desenvolvimento.
Envio
No destino, esses montantes ajudam a aumentar habilidades e oportunidades na educação e no empreendedorismo.
Famílias e comunidades locais são transformadas, permitindo que muitas delas alcancem suas metas a longo termo.
As mudanças mais recentes nesse setor incluem um maior uso da poupança para sustentar fluxos de remessas, utilização dos canais de envio formal e mais migrantes enviando pela primeira vez dinheiro para casa.
Durante a pandemia destacaram-se fatores como a desvalorização da moeda local nos países receptores e o aumento do apoio governamental aos migrantes formais em países onde vivem.
Em 2020, um dos fatores que mais incentivou o envio de remessas foi a rápida adoção de meios de tecnologia digital pelos trabalhadores migrantes e suas famílias.
Setor privado
Tanto a digitalização online como a móvel impulsionaram fluxos de remessas no período permitindo uma alta de 65% para US$ 12,7 bilhões.
Esta situação foi puxada por bloqueios e regras de distanciamento social que afastaram os usuários dos serviços tradicionais dos canais informais e do uso de dinheiro para remetentes e destinatários.
A ONU apela a governos, ao setor privado, a entidades de desenvolvimento e à sociedade civil que promovam soluções digitais e financeiras para que as remessas permitam uma maior resiliência e inclusão social e econômica.