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As olimpíadas de Paris 2024 serão as primeiras com paridade total de gênero

Thomas Bach disse que para Jogos Olímpicos de Paris 2024 o COI alocou exatamente 50% das vagas nas cotas para atletas femininas
ONU/Eskinder Debebe
Thomas Bach disse que para Jogos Olímpicos de Paris 2024 o COI alocou exatamente 50% das vagas nas cotas para atletas femininas

As olimpíadas de Paris 2024 serão as primeiras com paridade total de gênero

ODS

Comitê Olímpico Internacional reservou metade do limite das vagas para atletas femininas; alto comissário de Direitos Humanos diz haver um longo caminho a percorrer para garantir respeito total pelos direitos humanos e inclusão no esporte.

Nesta segunda-feira, o Conselho de Direitos Humanos debateu a promoção dos direitos humanos por meio do esporte e do ideal olímpico em sessão que acontece em Genebra.

O presidente do Comitê Olímpico Internacional, COI, Thomas Bach, anunciou que os Jogos Olímpicos de Paris 2024 serão os primeiros com paridade total de gênero porque a instituição “alocou exatamente 50% das vagas nas cotas para atletas femininas”.

Parceria com o Comitê Paralímpico Internacional

Para o chefe do COI, a decisão promove a igualdade de gênero e apoia o esporte paralímpico em todo o mundo por meio da parceria com o Comitê Paralímpico Internacional.

Na mesa redonda com o título “Promovendo a inclusão no e por meio do esporte”, o alto comissário da ONU para os Direitos Humanos, Volker Turk, disse que o ambiente esportivo não é imune ao racismo, à violência contra as mulheres, à corrupção e à discriminação.

Turk explicou ainda que quando os atletas usam suas vozes para promover a igualdade no esporte, eles são defensores dos direitos humanos.

Para o alto comissário “há ainda um longo caminho a percorrer para garantir o respeito total pelos direitos humanos e a inclusão no esporte”.

Garantir acesso a recursos e evitar violações

Turk relembrou que os “Estados têm a responsabilidade primária de abordar essas questões de forma abrangente e proativa, além de garantir o acesso a recursos e evitar novas violações”.

Ele acrescentou que cabe às autoridades dos países estabelecer uma política de tolerância zero ao racismo e a todas as formas de discriminação no esporte, incluindo o antissemitismo e a islamofobia.

Equipe Olímpica do COI em Paris será composta por 36 atletas de 11 países diferentes, competindo em 12 esportes,
© Comitê Olímpico Internacional
Equipe Olímpica do COI em Paris será composta por 36 atletas de 11 países diferentes, competindo em 12 esportes,

Turk pediu que se mantenha o compromisso com políticas e programas inclusivos de gênero que apoiem o empoderamento das mulheres.

Indemnização e responsabilização

O chefe de direitos humanos apontou ainda a discriminação com base em religião ou traje religioso, deficiência, nacionalidade ou orientação sexual e identidade de gênero.

Quanto às mulheres transgênero e intersexo, ele disse que frequentemente enfrentam discriminação contínua, com pouco lugar para buscar indenização e responsabilização adequadas.

O COI destacou que provavelmente o símbolo mais emblemático do compromisso com a inclusão nos jogos da capital francesa “é a Equipe Olímpica de Refugiados do COI, que participará com um número recorde de atletas em Paris.”

O debate contou ainda com a presença do atleta sul-sudanês Pur Biel. Ele fez parte da primeira Equipe Olímpica de Refugiados do COI nos Jogos Olímpicos Rio 2016 e vive nos Estados Unidos.