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Sociedade civil sofre “ameaças e intimidações” em meio à guerra em Gaza

Pessoas que administram e atuam nestas organizações encaram desafios como danos em infraestrutura física
© Awda NGO
Pessoas que administram e atuam nestas organizações encaram desafios como danos em infraestrutura física

Sociedade civil sofre “ameaças e intimidações” em meio à guerra em Gaza

Direitos humanos

Funcionários de ONGs enfrentam perigos como morte, ferimentos, detenção e múltiplos deslocamentos; agência que apoia refugiados palestinos pede acesso seguro e irrestrito para ampliar assistência médica aos mais vulneráveis.

O Escritório de Direitos Humanos da ONU nos Territórios Palestinos expressou profunda preocupação com o impacto das crescentes operações militares de Israel em Gaza nas organizações da sociedade civil locais.

Entidades do setor sofrem “ameaças e intimidações persistentes de Israel”, revela uma nota emitida esta sexta-feira em Genebra. Vários funcionários de ONGs foram mortos, feridos, detidos e deslocados diversas vezes desde o início dos ataques do Hamas a Israel em 7 de outubro seguidos por atos de retaliação de forças israelenses.

Danos na infraestrutura física

Além de perder familiares, amigos e comunidades, tal como a população de Gaza, as pessoas que administram e atuam nestas organizações também encaram desafios como danos em infraestrutura física, incluindo escritórios e bens.

Agência da ONU para Refugiados ressaltou os pedidos de um cessar-fogo imediato
© Unrwa
Agência da ONU para Refugiados ressaltou os pedidos de um cessar-fogo imediato

Em nota separada, a Agência da ONU de Assistência aos Palestinos, Unrwa, aponta casos de abrigos superlotados e falta de higiene que ajudam a espalhar doenças infecciosas em Gaza. 

Ao pedir acesso seguro e irrestrito, a agência revelou que continua fornecendo assistência médica a pessoas vulneráveis, incluindo crianças e idosos. No entanto, as vacinas e os medicamentos “estão longe de ser suficientes”. 

Cessar-fogo imediato e libertação de reféns

Na quinta-feira, o alto comissário da ONU para Refugiados, Fillipo Grandi apontou Gaza como um exemplo de fuga de civis aterrorizados por causa das violações que acontecem após os ataques do Hamas e durante a ofensiva israelense.

Unrwa continua fornecendo assistência médica a pessoas vulneráveis, incluindo crianças e idosos
© PMA/Ali Jadallah
Unrwa continua fornecendo assistência médica a pessoas vulneráveis, incluindo crianças e idosos

O chefe da Agência da ONU para Refugiados, Acnur, ressaltou os pedidos de um cessar-fogo imediato, da libertação de reféns, da retomada total da ajuda humanitária e de um retorno a um processo de paz real.

Grandi defendeu ainda “o direito universal de busca de asilo”, lembrando particularmente “a obrigação legal internacional de uma potência ocupante de não forçar a população civil a fugir do território que ocupa”.

O chefe do Acnur alertou para o potencial de “outro êxodo forçado de palestinos”, enfatizando que essa situação “criará mais um problema intratável e tornará impossível encontrar uma solução para o conflito de décadas”.