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Conselho de Segurança aprova redução gradual de missão de paz na RD Congo

Soldados da paz do Malawi servindo na Brigada de Intervenção da Força da Missão de Estabilização da Organização das Nações Unidas na República Democrática do Congo
ONU/Michael Ali
Soldados da paz do Malawi servindo na Brigada de Intervenção da Força da Missão de Estabilização da Organização das Nações Unidas na República Democrática do Congo

Conselho de Segurança aprova redução gradual de missão de paz na RD Congo

Paz e segurança

Monusco foi renovada por mais um ano e deve apoiar processo eleitoral nesta semana; resolução foi adotada por unanimidade; secretário-geral da ONU pede eleições pacíficas e transparentes.

O Conselho de Segurança votou por unanimidade na terça-feira para renovar o mandato da Missão da ONU na República Democrática do Congo por mais um ano. No entanto, a Monusco, que está no país há duas décadas, entra em processo de redução “gradual e responsável”, concluindo seu mandato em dezembro de 2024. 

Até o final do próximo ano, a missão segue protegendo civis, apoiando a reforma do setor de segurança e ajudando nos processos de desarmamento, desmobilização e reintegração.

Eleições e insegurança

A votação do Conselho ocorreu na véspera das eleições gerais na RD Congo e em meio à crescente insegurança no leste relacionada ao grupo rebelde M23, bem como na região de Grande Catanga e nas províncias de Mai-Ndombe e Tshopo.

A resolução foi apresentada pela França e recebeu o apoio de todos os 15 países que compõem a membresia do Conselho.

O texto reconhece os esforços congoleses para proteger e respeitar os direitos humanos e as liberdades fundamentais e exige que grupos armados "cessem imediatamente todas as formas de violência, outras atividades desestabilizadoras e a exploração ilegal e tráfico de recursos naturais". Também pede que o M23 interrompa qualquer avanço adicional.

O Conselho reafirmou que a eliminação da ameaça representada por grupos armados requer uma abordagem regional integrada e forte engajamento político. Os membros também pedem que governo congolês coopere com o pessoal da Monusco em garantir sua segurança durante o processo de retirada.

Eleições pacíficas

Em nota, o secretário-geral da ONU, António Guterres, reafirma o apoio contínuo das Nações Unidas durante o pleito e espera a realização de “eleições pacíficas, transparentes e inclusivas que consolidarão as instituições democráticas do país e o colocarão no caminho da prosperidade econômica”.

Para isso, ele insta as autoridades da RD Congo, líderes políticos, sociedade civil e a Comissão Eleitoral Nacional Independente a garantir que todos os eleitores tenham acesso às seções de votação e possam exercer seu voto livremente, sem medo de intimidação ou perseguição política.

O chefe da ONU lamentou os episódios de violência registrados durante a campanha eleitoral e pede aos atores políticos e seus apoiadores que se abstenham de quaisquer ações que possam incitar ainda mais violência ou aumentar discursos de ódio contra certas comunidades ou grupos e ataques contra candidatas mulheres. Ele incentiva todas as partes a exercerem o máximo de contenção em suas palavras e ações.