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ONU foca na dignidade humana no Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza

A métrica para determinar a pobreza extrema é um rendimento diário inferior a US$ 2,15 por pessoa
© FAO/Luis Tato
A métrica para determinar a pobreza extrema é um rendimento diário inferior a US$ 2,15 por pessoa

ONU foca na dignidade humana no Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza

Assuntos da ONU

Cerca de 670 milhões de pessoas vivem atualmente com menos de US$ 2,15 por dia; estimativa é que 7% dos habitantes do planeta sejam extremamente pobres até o fim desta década.

Neste 17 de outubro, as Nações Unidas marcam o Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza sob o lema “Trabalho Decente e Proteção Social: Colocar a dignidade em prática para todos.”

A métrica para determinar a pobreza extrema é um rendimento diário inferior a US$ 2,15 por pessoa. Atualmente, mais de 8,4% da população global, cerca de 670 milhões de pessoas, vivem nessa condição.

Ganhos suficientes para o sustento 

As projeções até 2030 indicam que 7% da população mundial, o equivalente a 575 milhões de indivíduos, ainda enfrentarão a extrema pobreza.

A data promove a inclusão e o diálogo entre aqueles que vivenciam essa situação e a sociedade em geral.

Em 2023, o tema destaca as pessoas que enfrentam jornadas de trabalho longas e difíceis, em condições perigosas, não regulamentadas e sem ganhos adequados para o sustento pessoal e de suas famílias.

Os benefícios de adotar o conceito de trabalho decente incluem capacitar os indivíduos, assegurar salários justos e condições de trabalho seguras, bem como reconhecer o valor próprio e a humanidade dos trabalhadores. 

A ONU enfatiza a urgência de implementar a proteção social universal para garantir que os rendimentos sejam seguros para todos, com especial atenção aos grupos mais vulneráveis da sociedade.

Foco na proteção do bem-estar humano e ambiental

O apelo feito aos políticos é que tenham a dignidade humana orientando os processos de tomada de decisão. A meta é garantir que avanços nos direitos humanos e na justiça social tenham prioridade em relação à busca de lucros empresariais.

A ONU defende o reforço de parcerias entre governos, empresas e organizações da sociedade civil em nível global para se alcançar um desenvolvimento equitativo e “garantir que ninguém seja excluído ou deixado para trás”. 

Este ano, a data é marcada por pedidos de solidariedade com as pessoas vivendo na pobreza e compromissos em favor de uma economia justa com foco na proteção do bem-estar humano e ambiental, ao contrário de prioridades financeiras. 

Condições para novos empregos dignos

O administrador do Programa da ONU para o Desenvolvimento, Pnud, propõe que os países criem, em primeiro lugar, condições para novos empregos dignos para acabar totalmente com a pobreza. A atuação deve ser com o sector privado, que responde por cerca de 90% de vagas nos países em desenvolvimento. 

Os países devem ainda buscar “meios para que as pessoas que vivem na pobreza tenham apoio essencial”. O mundo teve mais 165 milhões de pessoas extremamente pobres entre 2020 e 2023.

Por último, o chefe do Pnud defende que se vá além do Produto Interno Bruto e que sejam adotadas métricas para combater as causas profundas da pobreza e promover o progresso nos objetivos globais de uma forma mais eficaz.