Timor-Leste tenta avançar com implementação dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável
País apresentou Revisão Nacional Voluntária dos ODS na ONU no Fórum Político de Alto Nível; conselheiro do Ministério das Relações Exteriores, Rogério dos Santos, falou à ONU News sobre trabalho no ODS 16, que promove sociedades pacíficas, e ODS 5, de igualdade de gênero.
Como parte da agenda do Fórum Político de Alto Nível, que termina nesta quarta-feira no Conselho Econômico e Social da ONU, Ecosoc, são apresentadas as revisões voluntárias nacionais sobre a implementação dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, ODS.
Entre os países de língua portuguesa que fizeram suas apresentações, esteve Timor-Leste. A ONU News conversou com o conselheiro do Ministério das Relações Exteriores, Rogério dos Santos, que veio de Díli, e destacou a transformação que o país vem passando nos últimos 20 anos, desde sua independência.
Reconstrução nacional
“O Timor-Leste teve seu percurso amargo durante vários anos, mais de duas décadas, mas iniciou a sua reconstrução nacional a partir dos escombros, após deixar o chamado setembro negro. [...]. Sobre os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, a gente se concentra mais no 16, sendo o tema global do relatório deste ano, reconhece a resiliência e a determinação do povo timorense em ultrapassar as consequências devastadoras do conflito e da violência.”
O ODS 16 busca promover sociedades pacíficas e inclusivas, proporcionar o acesso à justiça para todos e construir instituições eficazes, responsáveis e inclusivas em todos os níveis.
Rogério dos Santos avalia que o progresso nesta frente é fundamental para a concretização dos demais objetivos.
Igualdade de gênero
O representante de Timor-Leste também falou sobre os desafios no ODS 5, que busca equidade de gênero.
Rogério dos Santos afirma que os altos números de casos de violência de gênero no país acontecem por conta de um “sistema paternalista”.
“Por isso, a violência doméstica deve ser apagada [...] Nós temos que temos que olhar formas positivas para melhor prevenir e para o futuro. A gente tem que erradicar a violência doméstica.”
Em maio deste ano, dados apresentados na ONU apontavam que metade das mulheres entre os 15 e 49 anos sofreram violência física ou sexual de um parceiro do sexo masculino.
Durante 10 dias, o Ecosoc ouviu a apresentação de 39 países sobre suas revisões nacionais voluntárias.
A lista incluía dois países de língua portuguesa: Portugal e Timor-Leste.