Em mensagem ao G20, Guterres diz que o caminho é o multilateralismo BR

Líder da ONU falou aos ministros das Relações Exteriores do bloco reunidos em Bali, na Indonésia, por mensagem de vídeo; para ele, a crise climática é emergência número 1 a ser resolvida.
Uma colaboração mais forte entre os países é a única via sustentável para um mundo pacífico, estável e próspero para todos. A declaração é do secretário-geral da ONU, António Guterres, aos participantes do encontro do G20, as 20 maiores economias do mundo que inclui o Brasil.
Guterres enviou uma mensagem de vídeo à reunião dos ministros das Relações Exteriores do bloco que ocorre em Bali, na Indonésia.
O chefe da ONU lembrou que o encontro ocorre num momento “extremamente desafiador” para a governança global e o multilateralismo com a ordem internacional sob risco de desmoronar.
O secretário-geral afirmou que a crise climática está chegando ao ponto de um caminho sem volta, a pandemia de Covid-19 matou milhões de pessoas, a fome e a pobreza estão aumentando.
Ele citou ainda a guerra na Ucrânia e as novas formas de conflito.
Para Guterres, o fortalecimento do multilateralismo, que é o tema do encontro, não é uma opção, mas uma necessidade.
No vídeo, o secretário-geral afirma que o multilateralismo é o único caminho para evitar escassez de alimentos, um aprofundar do caos climático e uma onda de pobreza e destituição que não poupará ninguém.
Vídeo: Relembre fala de Guterres sobre importância do multilateralismo
Ele delineou três áreas para uma ação multilateral urgente: a crescente emergência do clima, as crises de alimento, energia e finança, e a recuperação desigual da pandemia. Para Guterres, a crise climática é a emergência número um para que o mundo consiga conter a temperatura na marca de 1.5ºC.
Ele lembrou ao G20, que o grupo representa as maiores economias do mundo e concentra 80% das emissões que causam o aquecimento global.
Para Guterres, a responsabilidade de evitar a crise climática está sobre os ombros dos integrantes do G20.
O secretário-geral voltou a usar a expressão “suicídio coletivo” para a falta de ação. E pediu uma revolução da energia renovável que acabe com o que chamou de “vício global a combustíveis fósseis”.
Ele disse que os países mais ricos têm de finalmente cumprir a promessa de fornecer US$ 100 bilhões, todos os anos, para financiar os compromissos de mitigação da crise climática pelas nações em desenvolvimento.
Guterres disse que com a guerra na Ucrânia e o aumento do preço dos alimentos e fertilizantes, existe um risco real de que várias crises de fome ocorram, e uma chance de piora no próximo ano.
Ele disse que é hora de estabilizar os preços e que a ONU está trabalhando num plano que possa garantir que os alimentos produzidos pela Ucrânia possam ser exportados de forma segura pelo Mar Negro.
Para o secretário-geral, é hora de reequilibrar as relações de poder e recursos financeiros com a criação de um novo “New Deal” global.
Segundo ele, a arquitetura internacional da dívida pública requer uma reforma urgente com mecanismos de alívio da dívida, que possam levar em conta a questão da vulnerabilidade.