Homenagem a ex-presidente de Portugal lembra qualidades do estadista BR

Jorge Sampaio morreu em 10 de setembro; ele presidiu o país de 1996 a 2006; participaram líderes da ONU e da Assembleia Geral, ex-primeiro-ministro da Espanha e atual presidente da Turquia, entre outros; defesa da democracia, do serviço público e de uma visão humanista foram algumas das lembranças.
A Assembleia Geral das Nações Unidas realizou neste 6 de dezembro um tributo póstumo ao ex-presidente de Portugal, Jorge Sampaio.
O evento, numa das salas de conferência da Assembleia, foi co-organizado pela Missão de Portugal e pela Aliança das Civilizações, sob o lema: “A solidariedade não é uma opção, é um dever”.
Ao discursar na homenagem em memória de Jorge Sampaio, que morreu em 10 de setembro, e pouco antes de completar 82 anos, o chefe da ONU falou do amigo e do estadista.
Para António Guterres, Sampaio era um homem bom que se dedicou a causas nobres e a melhorar a vida das pessoas em todo o mundo.
Segundo ele, Sampaio era um “campeão corajoso da democracia e justiça social, um defensor dos direitos humanos e uma pessoa íntegra, cordial e humanista.”
Guterres contou que o presidente entre 1996 e 2006 tinha um compromisso com Portugal e com o multilateralismo.
Os dois políticos cooperaram durante o processo de restauração da independência no Timor-Leste, a ex-colônia portuguesa no sudeste da Ásia.
#ONU presta homenagem em memória do ex-presidente de #Portugal, Jorge Sampaio, que faleceu em setembro. Após deixar o cargo, em 2006, Sampaio serviu como enviado especial p/ Fim da Tuberculose e depois como Alto Representante da Aliança das Civilizações. https://t.co/ncqu9Xqadj pic.twitter.com/sKajY4p6NM
NacoesUnidas
Guterres destacou ainda o papel de Sampaio na luta contra a tuberculose no mundo. E como o ex-presidente se mostrava à vontade nos hospitais com pacientes e nos corredores do poder pelo mundo para defender a causa.
E mesmo após deixar seu posto como alto representante para a Aliança das Civilizações, na ONU, em 2013, Sampaio continuou se dedicando a estudantes sírios que chegavam a Portugal para terminar a universidade.
Em 2015, Jorge Sampaio recebeu o Prêmio Nelson Mandela e disse que o mundo “precisava de um pouco de magia.”
Ao assumir a palavra, em nome de Portugal, o ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, disse que o envolvimento global de Jorge Sampaio em diferentes questões foi sustentado pelo conhecimento detalhado na área internacional e pelas sofisticações nas habilidades políticas.
Fatores que permitiram “navegar na complexidade da política mundial”, em trabalho simplificado pela forte abordagem em direitos humanos, necessidade de melhorar a resolução de problemas em colaboração e promoção de mudanças com base em evidências na estrutura de políticas e estratégias.
Outro elemento-chave de Sampaio foi o diálogo e o pensamento crítico para aumentar a confiança e o entendimento entre pessoas além de resolver conflitos. Portugal promete continuar e expandir o programa de bolsas iniciado pelo ex-presidente do país.
Um outro político a prestar tributo foi o ex-primeiro-ministro da Espanha, José Luiz Rodriguez Zapatero, disse que Sampaio ajudou Portugal a ganhar a democracia e o sucesso.
Para ele, a carreira de Sampaio em Portugal foi cheia de acertos e de uma visão humanista. O país ganhou a democracia, o progresso e um grande reconhecimento internacional pelo trabalho de Jorge Sampaio.
Ele agradeceu ao ex-presidente pelo empenho na Aliança das Civilizações, “num momento difícil na política internacional por causa de um choque de culturas.”
Já o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, afirmou que Sampaio era um estadista brilhante que ajudou a promover a democracia pluralista em Portugal.