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A aquisição do novo produto deve ser mais fácil e ter maior inserção nos sistemas de saúde

Testes rápidos de HIV chegarão a mais 135 países a US$ 2 cada   BR

Foto Unicef: LeMoyne
A aquisição do novo produto deve ser mais fácil e ter maior inserção nos sistemas de saúde

Testes rápidos de HIV chegarão a mais 135 países a US$ 2 cada  

Saúde

Iniciativa da agência Unitaid celebra nova parceria que aumentará opções no mercado e reduzirá custo quase pela metade; governos deverão comprar um total de 21 milhões de unidades até 2023. 

Uma iniciativa apoiada pelas Nações Unidas revela que 135 países terão testes que podem ser feitos pela própria pessoa de HIV a menos de US$ 2 cada, graças a um novo acordo. 

A parceria envolve a Unitaid, agência ligada à Organização Mundial da Saúde e especializada na compra de medicamentos a preços mais baixos, e a empresa americana de produtos farmacêuticos Viatris, por meio da subsidiária Mylan. 

Sangue  

O teste rápido de sangue deverá se expandir de forma significativa no mercado e reduzir o custo do produto quase pela metade. Os usuários poderão ter mais opções para saber o seu status, numa realidade onde o mais frequente é o autoteste oral. 

Achta, de 19 anos, no Chade, participa em campanha de sensibilização sobre HIV
Unicef/Frank Dejong
Achta, de 19 anos, no Chade, participa em campanha de sensibilização sobre HIV

 

O acesso a estes testes é considerado um fator essencial para que o mundo atinja a meta global de 90% das pessoas conhecendo o seu status sorológico. Nos últimos seis anos, essa taxa passou de 45% para 81%. 

A parceria realça que pessoas sabendo do status sorológico podem iniciar o tratamento e reduzir a carga viral. Esse tem sido um desafio em países de rendas baixa e média, que também lidam com barreiras como o estigma e as dificuldades de obtenção destes recursos pelos serviços de saúde.  

O acordo é fechado seis anos depois de a Unitaid ter investido pela primeira vez no mercado de autotestes de HIV. Outras opções disponíveis custam pelo menos US$ 1 a mais.  

Acesso  

De acordo com o diretor de Programas da Unitaid, Robert Matiru “o anúncio terá um impacto concreto na capacidade dos países de ter autotestes acessíveis, numa base de saúde centrada nas pessoas.”  

Autotestes de HIV chegaram a populações consideradas prioritárias
UNAIDS
Autotestes de HIV chegaram a populações consideradas prioritárias

 

Espera-se que a aquisição do novo produto seja mais fácil e a inserção nos sistemas de saúde resulte no tratamento de 8 milhões de pessoas potencialmente soropositivas que não o sabem.  

A diretora de Programas Globais de HIV, Hepatite e IST da OMS,  Meg Doherty, o anúncio “é particularmente oportuno agora, pois o autoteste de HIV se tornou uma escolha importante durante a Covid-19, permitindo que as pessoas façam o teste quando outras opções são de difícil acesso ou restritas.”  

O programa teve mais de dois anos de implementação na África do Sul. Para o diretor de Estratégias de Prevenção do HIV no Departamento Nacional de Saúde, Thato Chidarikire, após o impacto positivo o país comprará mais testes com fundos locais.  

Em território sul-africano aumentou o número de pessoas testadas com idades entre 19 e 24 anos, bem como entre as populações consideradas prioritárias, que era o principal objetivo da intervenção.  

Demanda  

A parceria usará o autoteste Mylan de HIV, fabricado pela Atomo Diagnostics Limited, e o da Abbott que está ainda em revisão regulatória. Cerca de 1 milhão de unidades devem ser distribuídas para estimular a demanda na África do Sul.  

A Ásia também acolheu a etapa experimental da iniciativa que distribuiu 5 milhões de kits desde 2020. Até 2023, a ideia é que os países comprem 21 milhões. Os protocolos de autoteste já integram políticas de saúde de mais de 85 governos. 

Mulher recebe medicamento para HIV para seu recém-nascido
Unicef/Frank Dejongh
Mulher recebe medicamento para HIV para seu recém-nascido