Perspectiva Global Reportagens Humanas
FAO destaca que índice dos cereais teve impacto com o início da guerra na Ucrânia

Preço global de alimentos aumentou 2,1% em setembro  BR

Foto Fao/ Alessandra Benedetti
FAO destaca que índice dos cereais teve impacto com o início da guerra na Ucrânia

Preço global de alimentos aumentou 2,1% em setembro 

ODS

Índice de Preços dos Alimentos revela que oleaginosas e cereais foram os principais responsáveis da alta para 97,9 pontos; Brasil tem fortes perspetivas de produção de açúcar que terão impacto em custos em nível mundial. 

Os custos da comida subiram 2,1% em setembro, se comparados ao mês anterior.  

A informação foi publicada esta quinta-feira no Índice de Preços dos Alimentos da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, FAO.  

Trigo  

As oleaginosas e os cereais são as categorias que impulsionaram a alta até 97,9 pontos. A medição mensal do custo dos produtos alimentares destaca que o valor de setembro está 5% acima do mesmo período de 2019. 

Derivados do leite também fazem parte do índice da FAO
Foto: FAO/Alessia Pierdomenico
Derivados do leite também fazem parte do índice da FAO

 

A Agência da ONU publicou ainda o Índice de Preços de Cereais apontando uma alta de 5,1% em relação a agosto e 13,6% acima do ano anterior.  

Em setembro, o aumento dos valores do trigo com a atividade comercial influenciou os custos globais em meio a preocupações com as perspectivas de produção no Hemisfério Sul. 

A FAO aponta outras razões, como a seca, que afeta a sementeira de trigo de inverno em toda a Europa. Os valores do milho também subiram como foi previsto após a redução da produção na União Europeia e a revisão para baixo da oferta de transporte nos Estados Unidos. 

Brasil  

O Brasil é mencionado pela queda de custos na categoria do Índice de Preços do Açúcar em 2,6%. O país tem fortes perspetivas de produção para a próxima temporada cujo impacto será em nível global. Já a Índia teve uma recuperação significativa da produção deste cereal. O índice realça ainda a subida dos valores internacionais do sorgo e da cevada. 

Na categoria das oleaginosas, o aumento do foi de 6%, atingindo uma alta de oito meses. A demanda global ditou as altas nos valores de óleo de palma, da semente de girassol e da soja. 

Quanto ao Índice de Preços de Carne, a queda foi de 0,9% em relação a agosto. Esta descida se deve à decisão da China de proibir as importações de carne de porco da Alemanha depois da descoberta da febre suína africana em javalis. 

Medição mensal do custo dos produtos alimentares destaca que valor de setembro está 5% acima do mesmo período de 2019.
Foto: Banco Mundial/Maria Fleischmann
Medição mensal do custo dos produtos alimentares destaca que valor de setembro está 5% acima do mesmo período de 2019.

 

Em relação aos laticínios, a FAO destaca que o custo se manteve após aumentos modestos nos valores da manteiga, do queijo e do leite desnatado terem sido compensados por uma queda nas cotações do leite em pó integral. 

Cereais  

A agência divulgou ainda as novas previsões para a produção mundial de cereais, destacando que os mercados continuam bem abastecidos. A expetativa teve uma ligeira redução em relação às projeções do mês passado para 2.762 milhões de toneladas para 2020. 

Este total ainda representará um recorde e será cerca de 2,1% maior do que a produção do ano anterior. 

A utilização mundial de cereais na época 2020/21 deve chegar a 2.744 milhões de toneladas. A quantidade é  2% maior que no período anterior.  

Reservas  

A estimativa é que os atuais estoques globais de cereais se situem em 890 milhões de toneladas no final da temporada em 2021, um recorde impulsionado pelas crescentes reservas de trigo na China.  

O comércio global de cereais também deve atingir um recorde histórico de 448 milhões de toneladas em 2020/21. Esse aumento corresponde a 2,4% em relação ao ano anterior e é maior que a previsão feita pela FAO em setembro.