Agência de apoio aos refugiados palestinos opera com déficit de US$ 250 milhões
Nações Unidas organizaram conferência para que países-membros possam fazer doações financeiras à Unrwa; fundos podem acabar dentro de alguns meses; secretário-geral António Guterres faz apelo para que população palestina não seja abandonada.
Os países-membros das Nações Unidas foram convidados, esta segunda-feira, a anunciar apoio à Agência da ONU de Assistência aos Refugiados Palestinos, Unrwa.
Passando por uma crise financeira, a agência está operando com um déficit de US$ 250 milhões. O dinheiro em caixa só será suficiente até o fim de setembro, por isso novas doações são tão importantes.

Meninas na escola
A Unrwa funciona há quase 70 anos, ajudando e protegendo 5,3 milhões de refugiados palestinos em Gaza, Cisjordânia, Síria, Líbano e Jordânia. A maior parte da verba vem de contribuições voluntárias de países.
Durante a conferência de doadores, na sede da ONU em Nova Iorque, o secretário-geral elogiou a educação de alta qualidade fornecida pela Unrwa aos estudantes palestinos, que segundo ele, é padrão na região, especialmente por respeitar a igualdade de gênero.
António Guterres também destacou que a agência investiu US$ 500 milhões em pequenas empresas, ajudando a tirar famílias palestinas da pobreza. E graças à assistência alimentar fornecida pela Unrwa, 1,7 milhão de refugiados não passam fome.
Investindo no futuro
O chefe da ONU explicou que a agência tomou várias iniciativas para responder à crise financeira, criando a campanha “Dignidade não tem preço” para conseguir doações de pessoas, e está montando um fundo em parceria com o Banco Mundial e com o Banco Islâmico de Desenvolvimento.

Mas Antônio Guterres fez um apelo aos países-membros da ONU “para que façam a diferença” e doem dinheiro. Segundo ele, não “fornecer recursos tão essenciais” terá um preço, incluindo “mais desespero na região” e “mais instabilidade no mundo”.
Guterres lembrou da viagem que fez a Gaza no ano passado, quando encontrou com estudantes palestinos beneficiados pelas escolas da Unrwa e pediu que eles não sejam abandonados.
O chefe da ONU pede que todo o possível seja feito para que “a comida continue sendo entregue, para que as escolas continuem abertas e para que a população não perca a esperança”. Segundo Guterres, esse é um “investimento inteligente para hoje e para o futuro”.
Apresentação: Leda Letra.