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Em entrevista à ONU News, Jesse Jackson lembra assassinato de Martin Luther King

Martin Luther King em visita à sede das Nações Unidas em 1964.
ONU
Martin Luther King em visita à sede das Nações Unidas em 1964.

Em entrevista à ONU News, Jesse Jackson lembra assassinato de Martin Luther King

Assuntos da ONU

Defensor de direitos humanos fazia parte do grupo que acompanhava King no hotel Lorraine, em Memphis, Tennessee, onde o reverendo foi baleado e morto em 4 de abril de 1968; secretário-geral da ONU diz que ele é um dos gigantes morais do século 20 e que até hoje inspira os que seguem sofrendo pelo direito e dignidade humanos em face à opressão.

O reverendo americano Jesse Jackson lembrou os avanços obtidos na defesa dos direitos civis nos Estados Unidos, nos últimos 50 anos, desde o assassinato do ex-pastor batista, Martin Luther King.

Em entrevista à ONU News, Jackson afirmou que muito foi alcançado, mas ainda também houve retrocessos, que segundo ele ocorrem na era atual.

Voto

Jesse Jackson contou que houve grandes conquistas desde a morte de King na varanda de um hotel, no estado de Tennessee, como o direito ao voto para os negros nos Estados Unidos. Jackson também falou da eleição do primeiro presidente afro-americano no país, Barack Obama, em 2008.

Jesse Jackson, que foi testemunha ocular dos dois momentos, ressaltou que o destino fez como que Obama e Martin Luther King proferissem discursos históricos, em épocas diferentes, na mesma área de Washington, ao se referir ao discurso I have a dream, ou Eu tenho um sonho, de Martin Luther King.

Reverendo americano, Jesse Jackson.
ONU News/Matt Wells
Reverendo americano, Jesse Jackson.

Sonho americano

Neste trecho do discurso de 28 de agosto de 1963, King diz que apesar das dificuldades, ele ainda tinha um sonho, profundamente enraizado no sonho americano, de que um dia a nação acordaria para o fato de que todos seres humanos foram criados iguais.

Um ano depois de assinar um dos discursos políticos mais famosos do mundo, Martin Luther King visitou as Nações Unidas. Foi em 4 de dezembro de 1964.

Na época, ele foi recebido pelo então subsecretário-geral para Assuntos Políticos, Ralph J. Bunche. Acompanhado da mulher Coretta King, o reverendo conheceu de perto o trabalho da ONU sobre o qual ele falaria mais tarde numa carta ao então secretário-geral, U Thant.

Prêmio Nobel da Paz

Nos arquivos do King Center, que gerencia a legado do ex-reverendo,  a carta datada de 28 de dezembro de 1964, agradecia U Thant, um almoço oferecido a Luther King antes de ele chegar a Oslo, capital da Noruega, para receber o Prêmio Nobel da Paz do mesmo ano.

Na carta, Martin Luther King dizia que o espírito das Nações Unidas e as informações compartilhadas com ele pelos delegados presentes ao evento eram de extremo valor para ampliar a perspectiva dele e aprofundar o conhecimento sobre os dilemas mundiais da paz, da pobreza e do racismo.

No fim da tarde desta quarta-feira, o secretário-geral António Guterres emitiu nota afirmando que Martin Luther King foi um dos gigantes morais do século 20.

Dignidade

Guterres lembrou que o ex-pastor evangélico dedicou sua vida à igualdade, à justiça e à mudança social sem violência. O chefe da ONU destacou que décadas após sua morte, King segue inspirando a todos ao redor do mundo que continuam sofrendo pelos direitos humanos e pela dignidade em face à opressão.
 

Em 1978, a ONU realizou uma homenagem póstuma ao vencedor do Nobel da Paz de 1964 concedendo a ele o Prêmio Nações Unidas na Campo de Direitos Humanos em 1978, 10 anos após o assassinato do ex-reverendo.  

Apresentação: Monica Grayley.