Em Conferência sobre Segurança na Alemanha, Guterres cita ameaças atuais
Paz e segurança
No evento em Munique, secretário-geral da ONU diz que é preciso manter a pressão sob a Coreia do Norte, e que o mundo enfrenta pela primeira vez desde a Guerra Fria uma possibilidade de conflito nuclear.
Alexandre Soares, da ONU News em Nova Iorque.
O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, disse esta sexta-feira em Munique, no sul da Alemanha, que o mundo enfrenta, pela primeira vez desde o fim da Guerra Fria, uma ameaça nuclear.
Guterres fez a declaração na Conferência sobre Segurança em Munique, onde destacou duas grandes mudanças que, segundo ele, pioraram a situação de segurança global no último ano.
Coreia do Norte
Quando as relações de poder se tornam pouco claras, a imprevisibilidade e a impunidade passam a ser a regra do jogo.
Para António Guterres, é nesses momentos que “as coisas acontecem e que os conflitos surgem em todo o lado com consequências humanitárias arrasadoras.”
O secretário-geral explicou que a primeira grande mudança no último ano foi o surgimento de um risco de confronto nuclear. Para ele, “é essencial” manter a pressão sob a Coreia do Norte para criar uma oportunidade em que a diplomacia possa atuar.
Médio Oriente
A segunda mudança ocorreu no Médio Oriente.
Guterres descreveu as relações na região como uma "confusão" dizendo que “não há uma visão comum” para esta zona do globo.
O secretário-geral acredita “num risco de escalada em várias áreas” do Médio Oriente e disse que isso pode ter “consequências absolutamente arrasadoras, difíceis de imaginar.”
António Guterres disse que “mesmo que os interesses sejam contraditórios, as ameaças destes conflitos justificam os esforços para encontrar pontos comuns.”
Outras ameaças
O secretário-geral referiu-se ainda a outras ameaças.
Falando sobre os riscos da segurança cibernética, Guterres defendeu que “chegou a hora de ter uma discussão séria sobre o quadro legal internacional em que os conflitos online acontecem.”
No final do discurso, ele afirmou que os governos ainda não conseguiram resolver o problema da mobilidade global.
O secretário-geral acredita que isto “gera desconfiança e dúvidas sobre “o globalismo e o multilateralismo” e repetiu que “problemas globais apenas podem ter soluções globais.”
À margem do encontro, Guterres também se reuniu com o primeiro-ministro de Israel, o secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte, o presidente da Ucrânia e outros líderes.