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Acesso a fundos de educação em países ricos é 18 vezes maior que nos pobres

Foto: Banco Mundial/Arne Hoel

Acesso a fundos de educação em países ricos é 18 vezes maior que nos pobres

Vice-chefe da ONU quer equilíbrio no financiamento para educar crianças no mundo; representante de Portugal revela avanços e, iniciativa de educação superior para emergências que beneficia estudantes sírios.

Eleutério Guevane, da ONU News em Nova Iorque.*

A vice-secretária-geral das Nações Unidas apelou ao fim do que chamou de “injustiça” no acesso ao ensino em discurso apresentado no Evento de Alto Nível sobre Ação na Educação.

Falando em Nova Iorque, Amina Mohammed citou estimativas indicando que as “crianças mais ricas” têm 18 vezes mais fundos públicos para a educação que as mais pobres e realçou que essa estatística tem que ser revertida.

Aprendizagem

O encontro global debate como avançar na ação sobre o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável, ODS, número 4. A meta prevê garantir a educação inclusiva e de qualidade para todos e promover a aprendizagem ao longo da vida.

No seu pronunciamento, Mohammed pediu que tudo seja feito para ter em conta as necessidades dos estudantes que estão isolados por conflitos.

A representante declarou que o mundo atual tem o maior número de desalojados que “desafia os esforços para construir um mundo mais pacífico e de igualdade”.

Assistência

À margem do evento, a assessora diplomática do ex-presidente de Portugal Jorge Sampaio, Helena Barroco, revelou à ONU News o exemplo da Plataforma Global de Assistência Académica de Emergência a Estudantes Sírios que beneficia mais de 150 jovens.

“Na situação de guerra, em que um país em que um país e uma sociedade ficam destruídos, é necessário preparar a nova geração de lideres desde o dia primeiro em que emergem os conflitos até para que quando chegue o dia da reconstrução possam estar preparados para reconstruir o seu país. É absolutamente fazer mais, fazer melhor e também fazer mais depressa. se nós pegamos no exemplo da crise síria a guerra está a decorrer há mais de seis anos e se houvesse um mecanismo rápido e pronto a agir era o tempo necessário para ter uma geração de sírios já graduados durante a guerra.”

As Nações Unidas defendem um equilíbrio no acesso à educação para meninas e meninos. O objetivo é “que seja cumprida a meta da igualdade de género, seja adiado o casamento prematuro e desenvolvidas as capacidades de líderes femininas”.

Estima-se que 61 milhões de crianças em idade escolar primária não têm acesso à educação. Pelo menos 35% delas vive em 32 países afetados por conflitos.

*Apresentação: Denise Costa.

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