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Doadores “respondem de forma mais enérgica” para aliviar crise na Somália

Pastoreio no norte da Somália, região fortemente atingida pela seca. Ele perdeu quase metade de seu rebanho, que contava com 70 animais. Foto: Unicef/Sebastian Rich

Doadores “respondem de forma mais enérgica” para aliviar crise na Somália

Escritório da ONU revelou que agências humanitárias já receberam US$ 82 milhões dos doadores; promessas chegam a cerca de US$ 400 milhões; seca provocou 6,2 milhões de necessitados.

Eleutério Guevane, da ONU News em Nova Iorque.*

A Missão da ONU na Somália, Unsom, anunciou que doadores “respondem de forma mais energética” ao apelo para aliviar a seca no país. A situação é comparada a da fome que matou pelo menos 260 mil somalis em 2011.

O subsecretário-geral dos Assuntos Humanitários, Stephen O'Brien, chegou ao país esta segunda-feira para avaliar o cenário atual com parceiros humanitários. As discussões vão incluir a expansão da resposta para evitar uma possível fome.

Urgência

O porta-voz da Unsom, Joe Contreras, lembrou à ONU News que este ano 6,2 milhões de somalis precisam de assistência humanitária internacional.

O representante revelou que US$ 82 milhões dos doadores já estão nas contas de agências parceiras humanitárias, e outros US$ 400 milhões foram prometidos. A ONU precisa de US$ 825 milhões para ações no primeiro semestre deste ano.

As contribuições para as Nações Unidas e parceiros humanitários seguem-se ao pedido feito em fevereiro para a entrega de ajuda de emergência ao país do Corno de África.

Cerca de 3 milhões de somalis precisam de assistência urgente, um número que triplicou desde setembro. Pelo menos 365 mil das vítimas sofrem de malnutrição aguda.

Vítimas 

Contreras explicou que em 2011, os necessitados estavam confinados ao centro-sul do país. Este ano, o nordeste e a região da Somalilândia também estão afetados e o atual número de vítimas é mais alto que há seis anos.

O porta-voz destacou que a comunidade humanitária responde com uma presença maior para atender às necessidades no terreno.

Para o efeito, ele destacou que o novo presidente e as novas autoridades somalis estão comprometidos em dar uma resposta “robusta e efetiva” aos esforços contra a crise e definiram a seca e a necessidade de fazer recuar a fome como prioridade do seu governo.

Trabalho intenso

Vários parceiros ligados à nutrição oferecem apoio alimentar aos menores e mulheres afetadas para desnutrirão aguda no país. Cerca de 45 mil famílias receberam kits para tratar a cólera e beneficiam de serviços de  água e higiene.

A Unsom informou que centros de saúde e escolas das áreas mais afetadas do país recebem serviços e instalações de água e saneamento. Contreras destacou o  “trabalho intenso da ONU para evitar um outro desastre”.

Ele ressaltou que comunidade internacional dedica todos “recursos e energia” no país e não foi apanhada desprevenida pela atual crise.

Como explicou, no ano passado foi lançado um outro apelo cujo valor doado foi aquém do objetivo. Na altura, 385 mil somalis precisavam de apoio de emergência.

*Com reportagem de Laura Gelbert.