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Médico diz na OMS que ébola aumentou conscienlização em África a doenças

Somente no ano passado, foram confecionadas 6,2 mil milhões de doses da vacina. Foto: OMS/S. Hawkey

Médico diz na OMS que ébola aumentou conscienlização em África a doenças

Professor William Ampofo acredita que países africanos convenceram-se da necessidade da produção doméstica de vacinas; somente África do Sul e Egito têm licença para produzir doses no continente.

Monica Grayley, da Rádio ONU.*

Um especialista em saúde pública afirmou que a crise do ébola em África ajudou o continente a preparar-se para combater outras doenças, nomeadamente a influenza ou constipação.

Com a epidemia, surgida no oeste da África, e a falta de vacina, muitas autoridades perceberam a necessidade de produção doméstica da imunização.

Avanços

A opinião é do médico e professor William Ampofo. Ao discursar num evento da Organização Mundial da Saúde, OMS, esta quinta-feira, ele afirmou que o ébola chamou a atenção para a vulnerabilidade frente à doença.

Ampofo, que leciona na Universidade de Gana, lembra que a luta contra a influenza conseguiu avanços nos últimos 10 anos, desde que a OMS lançou a campanha para aumentar a produção de vacinas. Mesmo assim, a epidemia continua a ser uma ameaça global.

11 mil mortes

No caso do ébola, os efeitos foram arrasadores para os países africanos ocidentais como Guiné, Libéria e Serra Leoa, com a morte de mais de 11 mil pessoas.

O professor que participa do Plano de Ação Global para Vacinas contra Influenza acredita que os ministros da Saúde da região estão a dar mais atenção ao tema. A influenza é uma ameaça persistente e que pode causar até 500 mil mortes anualmente. Somente no ano passado, foram confecionadas 6,2 mil milhões de doses da vacina.

Atualmente em África, somente África do Sul e Egito têm licença para produzir a vacina contra a influenza.

*Com reportagem de Daniel Johnson, de Genebra, e apresentação de Denise Costa.