Sudão do Sul: explosão de casos de malária no maior local que protege civis

OIM envia suprimentos para combater a doença que chega para 40% dos habitantes do complexo de Bentiu; instalações da ONU acolhem 68% dos sul-sudaneses que buscam abrigo no mais novo país do mundo.
Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.*
A OIM despachou cerca de 40 mil kits de testes rápidos e medicamentos contra a malária para o maior local de proteção de civis das Nações Unidas no Sudão do Sul, na cidade de Bentiu.
Sem revelar o número exato de casos, a agência destacou que só nas primeiras duas semanas de junho foi ultrapassado o dobro de pacientes atendidos nas instalações com mais de 95 mil deslocados sul-sudaneses devido à insegurança. Em todo o país cerca de 160 mil pessoas estão abrigadas perto das bases da operação de paz.
Comunidade
A OIM atua em parceria com as autoridades de saúde para registar famílias que devem receber redes mosquiteiras que evitam a transmissão da doença.
A agência parceira da ONU realiza campanhas para informar a comunidade sobre sintomas, onde receber tratamento e como fazer a prevenção da malária.
Mais da metade de todas as consultas dos centros de saúde da agência é de pacientes com a doença. A ideia é descongestionar os locais com áreas provisórias para responder ao aumento do fluxo dos que procuram tratamento.
Doenças
A OIM defende que a subida de casos pode ser atribuída ao início da época chuvosa que levou ao aparecimento de mais charcos e à expansão de vetores de doenças transmitidas pela água.
O local de proteção de civis em Bentiu enfrenta escassez de alimentos após terem esgotado as reservas desde que eclodiu o conflito em dezembro de 2013.
A crise no Sudão do Sul deslocou mais de 2,4 milhões de pessoas e deixou cerca de 6,1 milhões sem proteção e assistência humanitária.
*Apresentação: Denise Costa.
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