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África: OMS teme aumento de cólera devido aos efeitos do fenómeno El Niño

Médico trata paciente de cólera em Port au Prince, no Haiti. Foto: ONU/Unicef/Marco Dormino

África: OMS teme aumento de cólera devido aos efeitos do fenómeno El Niño

Agência confirmou 95 mortos na República Democrática do Congo; Tanzânia registou 4,9 mil pacientes desde setembro; agência receia que sem medidas urgentes doença se espalhe num total de cinco países.

Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.

A situação da cólera é particularmente preocupante em África com as previsões que apontam para os piores efeitos do fenómeno El Niño dos últimos 20 anos.

A advertência foi feita esta quinta-feira, em Genebra, pela Organização Mundial da Saúde, OMS. A agência informou que há uma grande inquietação com o alastramento da doença se não forem tomadas medidas urgentes.

RD Congo e Tanzânia

Dois países africanos destacam-se entre os cinco mais afetados a nível global. A  República Democrática do Congo, RD Congo, registou o maior número de mortos devido à doença com 95 vítimas e 3.973 pacientes. A Tanzânia teve 4.922 casos e 74 mortos.

No Iraque ocorreu um óbito entre os mais de 1,8 mil casos registados. Sem vítimas fatais estão o Kuwait, que registou quatro pacientes, e o Bahrein com um.

No total, os cinco países africanos e do leste do Mediterrâneo registaram 10,7 mil casos e 170 mortes.

Vacina

Somente na capital da Tanzânia, Dar Es Salaam, ocorreram cerca de 3,5 mil casos estando os restantes distribuídos por 12 regiões incluindo a ilha de Zanzibar. Além de ajudar a tratar a doença, a OMS quer avaliar a possibilidade de vacinar grupos específicos para prevenir que o surto se alastre.

Na Republica Democrática do Congo, os casos de cólera foram registados nas províncias de Kivu-Norte, Kivu-Sul e Maniema. O receio é que os casos ao longo do rio Congo possam evoluir e causar um surto na capital Kinshasa.

Época Chuvosa

A agência da ONU disse que tem vindo a responder aos casos em todos os países afetados mas avisou que estes podem piorar e ameaçar a saúde das populações se não forem intensificadas as medidas de saúde.

Cerca de US$ 5 milhões são necessários para aumentar a resposta e reduzir o surto, num momento em que se aproxima a época chuvosa.

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