Afeganistão: ONU fala de hipótese de diálogo entre governo e Talebã
Unama destaca necessidade de consolidar o nível de confiança entre as partes; Conselho de Segurança renovou mandato da missão até fim de março de 2016.
Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque
A Missão das Nações Unidas no Afeganistão, Unama, disse haver um "alinhamento de circunstâncias" que poderiam conduzir à promoção do diálogo de paz no país.
Falando esta segunda-feira no Conselho de Segurança, o representante do secretário-geral no Afeganistão, Nicholas Haysom, confirmou relatos sobre "possíveis conversações entre o governo e os talebãs".
Pontos Comuns
Haysom destacou, entretanto, que as partes devem ter espaço suficiente para consolidar o seu nível de confiança. O objetivo é que possam identificar pontos comuns e concluir que a paz é a única opção viável para o Afeganistão.
O responsável disse que entre os progressos estão a nomeação e a aprovação de novos ministros para o governo de unidade nacional e o diálogo mais construtivo com o Paquistão focalizado na paz, no comércio e na segurança.
A sessão do Conselho de Segurança aprovou a renovação do mandato da Unama, por mais um ano. A resolução unânime pede ao secretário-geral que inicie um processo de consulta com autoridades do país e outros parceiros.
Avaliação
O objetivo da avaliação de seis meses é apurar as atividades, a estrutura e o papel do sistema das Nações Unidas no país.
O Conselho já tinha aprovado um acordo entre o Afeganistão e a Organização do Tratado do Atlântico Norte, Nato, para a prestação de assistência e treino ao Exército a partir de 1 de janeiro.
Nova Fase
A resolução reconhece e situação e destaca o seu apoio à nova fase de soberania, titularidade e liderança dos afegãos sobre a sua segurança.
A Unama foi autorizada pelo Conselho de Segurança em 2002, a pedido do governo. O objetivo da operação é apoiar a construção dos pilares para paz sustentável e desenvolvimento.
Calcula-se que desde 2009, o conflito entre o governo e os insurgentes tenha causado mais de 17,7 mil mortos e 29,9 mil feridos.
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