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Medidas contra cólera no Sudão do Sul reduz casos entre deslocados internos

Mulher recebe vacina contra a cólera no Sudão do Sul. Foto: OMS/A. Ngethi

Medidas contra cólera no Sudão do Sul reduz casos entre deslocados internos

Desde o início da violência a finais de 2013, dezenas de milhares de pessoas buscaram refúgio em bases da ONU pelo país; instalações ficaram sobrecarregadas com pouca ou nenhuma água potável e sem saneamento básico.

Mônica Villela Grayley, da Rádio ONU em Nova Iorque.

Medidas de prevenção à cólera no Sudão do Sul estão a ajudar a evitar novos casos da infeção no país africano.

Em comunicado, a Organização Mundial da Saúde, OMS, em África, informou que as precipitações sazonais aumentaram o risco de doenças, especialmente para pessoas que vivem em campos de refugiados.

Água

Com a vaga de violência, iniciada em 2013, dezenas de milhares de pessoas buscaram refúgio em instalações das Nações Unidas no país. As bases da ONU terminaram sobrecarregadas em suas infraestruturas de água e saneamento básico.

Mesmo com as condições precárias, os sul-sudaneses abrigados pela ONU não foram afetados pela cólera. Em muitos casos, nenhuma infeção foi registada. A prevenção deu-se com ações coordenadas de vacinação dos deslocados em bases da ONU, o que ajudou a evitar contaminações.

Nos últimos dois séculos, houve sete registos de pandemia da cólera. A OMS estima que 1,4 mil milhão de pessoas estejam sob risco de contrair a doença em países onde há casos endêmicos. Mais de 100 mil pessoas morrem todos os anos de cólera, a metade são crianças.

Vacinas

A parceria de prevenção à cólera no Sudão do Sul foi feita com o Unicef, e as organizações da Cruz Vermelha e Médicos Sem Fronteiras.

Os estoques de vacinas que colocaram à disposição 2 milhões de doses foram apoiados por cinco doadores, incluindo a Fundação Bill e Melinda Gates e o Escritório dos Estados Unidos para Assistência a Desastres. Espera-se aumentar para 3 milhões de vacinas este ano, com a ajuda da Gavi Alliance, que serão distribuídas em países com casos da doença.

Desde 2010, quando um surto da cólera foi registado no Haiti, passou-se a dar mais atenção para a infeção, que matou quase 9 mil pessoas na ilha caribenha. Mas antes do surto, países como Serra Leoa, Iémen ou Zimbabué já tinham casos da cólera.

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