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Brasileiros e portugueses marcam fluxo migratório para Angola e Moçambique

Foto: Banco Mundial/John Hogg

Brasileiros e portugueses marcam fluxo migratório para Angola e Moçambique

Diretor da OIM para África Austral fala de reverso do movimento de cidadãos no balanço de 2014; em declarações à Rádio ONU, responsável destaca pacto regional para conter infeções e a presença de mais asiáticos e africanos na área.

Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.

A chegada de cidadãos brasileiros e portugueses a Angola e Moçambique marcou um reverso da migração em relação aos dois lusófonos africanos em 2014.

Falando à Rádio ONU, de Pretória, o diretor da Organização Internacional para Migrações, OIM, para a África Austral declarou tratar-se de um dos três fatores característicos do movimento dos recém-chegados à região no período.

Desenvolvimento

Para Bernardo Mariano, os outros foram a relação entre migração e saúde e o fluxo de africanos e asiáticos irregulares.

"O que aconteceu em 2014 em Angola e Moçambique foi a migração de portugueses para os dois países lusófonos. Foi uma migração laboral, mas também de pessoas à procura de melhores oportunidades, tal como a que ocorre com africanos que vão procura de trabalho na Europa. Isto foi uma característica muito nova este ano. Um dos motivos deste reverso foi o desenvolvimento económico, mas também a crise económica em Portugal."

Profissões

Bernardo Mariano não revelou números exatos de migrantes brasileiros e africanos que entraram nos dois países lusófonos da África Austral, mas disse que a OIM trabalha com os governos angolano e moçambicano para que se concentrem em atrair profissões mais úteis para o seu contexto. No total, Moçambique teve cerca de 20 mil migrantes ilegais este ano.

Na área da migração e saúde, o destaque da OIM foi para um acordo assinado entre ministros da África Austral a cargo do setor. O objetivo é melhorar a monitorização de infeções como a tuberculose e o HIV na região.

Trânsito e Destino

A migração irregular para a área africana foi marcada por pessoas originárias do Corno de África e de países da Ásia, com destaque para Bangladesh e Sri Lanka. Todos os países anfitriões foram pontos de trânsito e de destino.

Mariano disse ainda que a OIM coordena com a Organização Internacional do Trabalho, OIT, o apoio aos países da África Austral com um plano para a migração laboral. Com a descoberta de recursos naturais, a expectativa é que novas áreas profissionais sejam cobertas pelos potenciais migrantes.