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Exclusiva: Álvaro Mendonça e Moura fala sobre Portugal na ONU em 2014

Álvaro Mendonça e Moura. Foto: Rádio ONU

Exclusiva: Álvaro Mendonça e Moura fala sobre Portugal na ONU em 2014

O embaixador de Portugal junto às Nações Unidas fez um balanço positivo sobre a atuação de seu país na sede da organização, em Nova Iorque.

De acordo com Mendonça e Moura, este foi um ano em que os direitos humanos foram defendidos por sua delegação “de forma instransigente”. A performance conferiu a Portugal uma eleição para o Conselho de Direitos Humanos com uma votação histórica obtendo 184 dos 193 votos da Assembleia Geral.

Agenda

“Portugal teve um papel extremamente ativo no que diz respeito à participação das mulheres nos processos de decisão. E ao combate contra a violência contras as mulheres. Juntamente com o apoio que temos dado à representante especial do secretário-geral  para o combate à violência contra as crianças, que é a doutora Marta Santos Pais. Essas são duas vertentes da nossa luta pelo respeito dos direitos humanos que nós continuaremos a defender intransigentemente para que se mantenham na agenda  do desenvolvimento sustentável do pós-2015”, afirmou.

E ao finalizar, Mendonça e Moura lembrou que os países de língua portuguesa começam a ser notados nas Nações Unidas. “Está a se gerar aqui um reconhecimento nas Nações Unidas de que há uma comunidade real de países lusófonos, e como eu dizia há pouco, isso aumenta imensamente a capacidade de influência de cada um de nós.”

Ébola

De acordo com o chefe da Missão de Portugal junto à ONU, o país tem feito a sua parte no combate ao ébola, especialmente no apoio que concede à Guiné-Bissau com pessoal de saúde  e remédios para evitar que a doença atinja a nação africana.

Além disso, este ano, Portugal colocou à disposição da ONU um avião que tinha alocado para a Missão de Paz do Mali, Minusma. O aparelho transportou equipamentos e medicamentos à Guiné Conacri, uma das três nações mais afetadas pelo ébola na África Ocidental, ao lado de Serra Leoa e da Libéria.

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Foto: OMSC. Banluta
Ainda na região, o país europeu deve aumentar sua cooperação na área da defesa da Guiné-Bissau. A nação que emergiu de um golpe de Estado, ocorrido em 2012, está à procura de reformar os seus quadros militares.  Para Mendonça e Moura, esta é uma oportunidade que Portugal deve abraçar por causa da sua expertise na área.

Forças Armadas

“Há uma grande necessidade de restruturação das forças armadas na Guiné-Bissau, que infelizmente têm no passado tido um papel que tem, por vezes, colocado em causa, a ordem institucional estabelecida. É preciso restruturar essas forças armadas, e é preciso formar novos oficiais. E Portugal tem um larga experiência neste domínio. E estará disponível dentro das medidas de suas possibilidades para participar neste esforço de formação das futuras forças armadas da Guiné-Bissau.”

Ao comentar outros temas da agenda internacional, o embaixador português afirmou que seu país deve dar um contributo real para o diálogo israelita-palestiniano dentro do contexto da União Europeia.

Estado Palestiniano

O Parlamento português fez uma recomendação oficial ao governo em favor do reconhecimento do Estado palestiniano.

“A questão é do momento. É da oportunidade ao reconhecimento. E o que a Assembleia da República entendeu é que é chegado o momento de, em colaboração com a União Europeia, portanto a ideia é que Portugal faça este reconhecimento de uma forma coordenada com a União Europeia, mas que Portugal venha a reconhecer o Estado da Palestina sempre com o objetivo de garantir a possibilidade de uma solução baseada em dos Estados.”

Ao falar das prioridades para 2015, Mendonça e Moura disse que Portugal continuará concentrado na agenda de desenvolvimento sustentável tendo em conta que os mesmos precisam respeitar os ditames dos direitos humanos.

Acompanhe a conversa com Mônica Villela Grayley.

Duração: 21’16”