Especialistas da ONU querem mais esforços contra racismo na Suécia
Relatores de direitos humanos citam casos de discriminação e discurso de ódio contra africanos; integrantes de grupo de trabalho encerram uma visita de cinco dias ao país europeu.
Leda Letra, da Rádio ONU em Nova Iorque.
Afro-suecos e africanos em geral estão sujeitos a atos de racismo e ao discurso de ódio na Suécia, apesar de esforços do governo para combater tais atos. Esta é a conclusão do Grupo de Trabalho de Especialistas da ONU sobre Descendentes Africanos.
Ao encerrar uma visita de cinco dias ao país, os relatores divulgaram o comunicado esta segunda-feira em Estocolmo. O grupo revelou que cidadãos africanos que estão a viver na Suécia ou afro-suecos contaram que sofrem discriminação devido à cor de sua pele, raça, religião ou orientação sexual.
Estratégias de Combate
Os especialistas em direitos humanos reconhecem, entretanto, planos do governo e estratégias para combater a discriminação racial. O grupo elogiou em particular uma política que coloca o combate à afrofobia como prioridade.
O governo sueco tem ainda programas para combater a xenofobia e a discriminação racial. Ainda assim, o grupo da ONU expressou preocupação com a “invisibilidade e a falta de reconhecimento dos descendentes de africanos”.
Migrantes
Os especialistas também foram informados sobre atitudes racistas contra migrantes e refugiados, incluindo muitas pessoas de ascendência africana. A discriminação racial também é manifestada no acesso desigual à justiça e à falta de investigação eficaz contra crimes de ódio.
O grupo diz ainda que para um país que tem uma longa tradição de abertura e tolerância, o “relativo silêncio sobre a discriminação racial” na Suécia foi uma surpresa e é preocupante.
As observações dos especialistas serão encaminhadas ao Conselho de Direitos Humanos.