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Relatores querem mais presença de minorias na polícia dos EUA após mortes

Milhares saíram às ruas. Foto: Jacques Baudrier

Relatores querem mais presença de minorias na polícia dos EUA após mortes

Grupo de especialistas independentes da ONU levanta "preocupações legítimas" depois de dois afro-americanos terem perdido a vida depois de abordados pela polícia; cidades do país tiveram segunda noite de protestos com milhares de pessoas.

Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque 

Cinco peritos das Nações Unidas levantaram o que chamam de "preocupações legítimas" sobre a decisão de não levar a julgamento os casos dos afro-americanos  Michael Brown e Eric Garner dos Estados Unidos.

Em nota emitida esta sexta-feira, em Genebra, o grupo frisa que medidas a serem tomadas pelas autoridades também devem reconhecer a necessidade de formação e garantir que as minorias são recrutadas para a polícia, onde estas estão sub-representadas.

Protestos

Os especialistas de direitos humanos revelam apreensão profunda  com o "padrão geral" refletido na decisão do grande júri de Staten Island, em Nova Iorque, de não levar a julgamento o caso de Eric Garner. Em julho, ele morreu por asfixia após ter sido estrangulado por um policia quando estava a ser detido.

Na quinta-feira,  milhares de pessoas saíram às ruas de Nova Iorque e outras cidades dos Estados Unidos, na segunda noite de protestos ligados ao caso. As manifestações seguiram-se à decisão de um grande júri de não acusar o polícia pela morte de Garner no dia anterior.

Assinaram o pronunciamento os relatores da ONU sobre as Questões das Minorias, Racismo, Pessoas de Ascendência Africana, Direito de Reunião Pacífica e de Execuções Extrajudiciais.

Ferguson 

O grupo lembrou que uma decisão semelhante foi tomada na cidade de  St. Louis por um grande júri formado para o caso de Michael Brown. O adolescente foi morto por um polícia branco, em Ferguson, Missouri, em agosto passado.

Para os relatores, as deliberações foram seguidas de uma onda renovada de manifestações em todos os EUA contra o que a comunidade afro-americana considerada de mortes ilegais. A nota destaca que o grupo considera que estes são exemplos de força letal usada de forma desproporcional contra os jovens negros.

Os especialistas saudaram as possíveis medidas propostas pelo presidente Barack Obama, para resolver as acusações consistentes de práticas inadequadas de policiamento no país e construir a confiança entre as comunidades e a polícia.