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Crises africanas destacam relevância do Fundo de Consolidação da Paz

Jan Eliasson Foto: ONU/Paulo Filgueiras

Crises africanas destacam relevância do Fundo de Consolidação da Paz

ONU realça impacto de financiamentos na estabilização da Serra Leoa e na redução do impacto da violência centro-africana; iniciativa de 50 países investiu US$ 490 milhões desde 2006.

Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.*

As Nações Unidas citaram casos de sucesso no apoio à estabilização de países africanos para destacar a importância do Fundo de Consolidação da Paz, que inclui doadores de mais de 50 Estados-membros.

No encontro anual dos integrantes do grupo, em Nova Iorque, o vice-secretário-geral disse esta terça-feira que a costa da África Ocidental está livre das guerras que a assolaram nas últimas décadas.

Guerra Civil

Jan Eliasson apontou o exemplo da Serra Leoa, ao confirmar o objetivo de manter a atenção no país durante a transição, com um apoio ao crescimento das instituições. 

Este ano, as Nações Unidas retiraram a sua missão na Serra Leoa após uma presença de 15 anos, em sequência da guerra civil de uma década.

Credibilidade

Ao referir-se à região africana dos Grandes Lagos, Eliasson disse que apesar de lidar com o rescaldo das tragédias dos anos 90, há um movimento crescente para impulsionar a democratização e a paz tangível.

Ao falar da ação do Fundo nos últimos dois anos, destacou o que chamou de “credibilidade no apoio a uma atuação antecipada em reveses que resultaram violência”.

O responsável deu o exemplo da República Centro-Africana, onde o fundo prestou assistência à resposta da ação humanitária do sistema das Nações Unidas e apoiou os esforços de consolidação da paz.

Diálogo

Neste momento, está a ser criada uma estratégia comum para apoiar o governo e a comunidade internacional para promover a reconciliação e o diálogo político inclusivo. A iniciativa também enviou conselheiros de direitos humanos da ONU para apoiar os centro-africanos.

O Fundo ajudou o pagamento de salários atrasados das forças de segurança para “impulsionar a credibilidade do novo governo de transição.” O Banco Mundial, as Nações Unidas, a União Europeia e o governo também foram envolvidos.

Durante os dois anos, mais de US$ 490 milhões foram atribuídos pelo Fundo de Consolidação da Paz, dos mais de US$ 500 milhões de que dispunha desde 2006. A reunião antecede o novo ciclo de 2014-2016.

*Apresentação: Denise Costa.