ONGs pedem mais fundos para fazer chegar ajuda humanitária ao Iraque
OIM anunciou que precisa de US$ 15 milhões para apoiar deslocados que fugiram de Mossul; agências de notícias falam da tomada da cidade de Tal Afar; secretário-geral considera perturbadores relatos de execuções.
Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.*
A Organização Internacional para Migrações, OIM, anunciou que precisa de US$ 15 milhões para distribuir itens não-alimentares e tendas, além de monitorizar as áreas afetadas pela violência no Iraque.
A informação foi dada esta segunda-feira, quando surgem relatos da tomada por milícias sunitas da cidade iraquiana de Tal Afar. As agências de notícias dizem ter recebido as informações de funcionários governamentais e moradores.
Mossul
De acordo com as informações dos media, as ações são levadas a cabo pelo movimento Estado Islâmico do Iraque e do Levante, Isis, que na semana passada capturou cidades como Mossul e Tikrit.
A OIM disse que nos próximos dias vai continuar a distribuir artigos essenciais de urgência a famílias mais vulneráveis em Al-Shikhan, uma área do norte da cidade nortenha de Nínive que abriga famílias que deixaram as suas casas em Mossul.
Para as operações com os parceiros, a entidade da ONU quer fundos dos doadores para apoiar a resposta imediata ao rápido agravamento da situação humanitária. Mais de 250 kits familiares de emergência já foram entregues aos deslocados.
Justiça
No domingo, o secretário-geral das Nações Unidas considerou “profundamente perturbadores” os relatos de execuções sumárias em massa no Iraque.
Em nota, emitida pelo seu porta-voz, Ban Ki-moon ressalta a urgência de levar os autores de tais crimes à justiça.
Execução
O apelo segue-se a imagens publicadas online alegadamente da responsabilidade de milícias sunitas que estariam a mostrar combatentes a massacrar soldados.
De acordo com as agências de notícias, as autoridades militares iraquianas consideram as imagens reais de elementos que estariam a ser levados e deitados em trincheiras, antes e após do que se considera a sua “execução”.
Implicações Regionais
O chefe da ONU reitera a sua condenação à onda de violência recente levadas a cabo no Iraque pelas “mãos de grupos terroristas”, incluindo o Isis.
Na nota, o secretário-geral alerta contra a retórica sectária pelo seu potencial de agravar ainda mais o conflito e resultar em graves implicações para toda a região.
Neste sentido, Ban saudou o que chamou de importante declaração de esclarecimento sobre a necessidade de unidade iraquiana. O pronunciamento foi feito por um clérigo do país. Para Ban, Sayed Ali Al-Sistani representa uma voz profundamente influente da sabedoria e da razão.
Represálias
A todos os líderes políticos, militares, religiosos e comunitários iraquianos, Ban apelou que garantam que os seguidores evitem atos de represálias.
Já para os líderes iraquianos, o pedido foi de união por um plano de segurança nacional inclusivo, bem como as medidas políticas e sociais para resolver ameaça substancial para o país com base na Constituição.
Para a comunidade internacional foi reiterada a união para demonstrar solidariedade com o Iraque para enfrentar o que chamou de desafio de segurança grave.
Violência
Para o país, Ban exige o pleno respeito do direito internacional humanitário e dos direitos humanos nos esforços para combater o terrorismo e a violência.
O secretário-geral manifesta ainda a prontidão da Missão das Nações Unidas para o Iraque, Unami, para ajudar o Governo e o povo iraquiano para superar a crise.
*Apresentação: Denise Costa.