PMA anuncia fuga contínua de centro-africanos para os Camarões
Até finais de maio, perto de 95 mil pessoas estavam em busca de abrigo no país vizinho; atuação de nações da região tem em conta o potencial de surtos e problemas de distribuição de alimentos.
Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.
O Programa Mundial de Alimentação, PMA, disse haver um fluxo contínuo de refugiados e apátridas da República Centro-Africana para os Camarões.
Segundo a agência, a maioria está aglomerada nos pontos de entrada do país ou em locais de trânsito onde aguardam a sua transferência para locais mais estáveis e com melhores infraestruturas.
Violência Étnica e Religiosa
A informação foi divulgada esta terça-feira na sequência do lançamento da mais recente atualização sobre os deslocados internos no país. O estudo revela que 575 pessoas deixaram as suas casas na capital, Bangui, entre 19 e 23 de maio.
A pesquisa aponta para um aumento das dificuldades vividas pelos deslocados centro-africanos no país que há mais de um ano regista mais de mil mortos devido à violência étnica e religiosa.
Para cobrir as necessidades alimentares urgentes até dezembro, o PMA anunciou que precisa de US$ 15 milhões para financiar as atividades que enfrentam um défice de 90%.
Crianças
Em maio, o Alto Comissariado da ONU para Refugiados, Acnur, disse ter um registo de cerca de 95 mil refugiados nos Camarões. Destes, 33,4 mil estavam abrigados em locais apoiados pela agência.
Estima-se que 57% dos que pediram refúgio sejam crianças e que um quinto destas tenha idade inferior a cinco anos.
Na área camaronesa de Gbiti, quase 31% dos recém-chegados sofrem de desnutrição aguda. A agência anunciou que em todos os países de acolhimento a prioridade imediata foi o atendimento às necessidades nuutricionais.
Por outro lado, os Estados vizinhos fizeram planos para a temporada chuvosa devido ao potencial de eclosão de doenças e a limitação da distribuição alimentar por via terrestre.