Países vizinhos podem acolher mais 80% de centro-africanos
Expectativa da comunidade humanitária é que crescimento seja verificado até ao fim do ano; entidades apontam fluxo de dezenas de milhares de muçulmanos, migrantes e refugiados a fugir de grupos armados.
Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.
Um grupo de entidades humanitárias anunciou, esta terça-feira, que precisa de US$ 274 milhões para financiar as operações de resposta às necessidades dos centro-africanos nos países vizinhos.
Prevê-se que número de deslocados na região aumente para 362 mil, o que representa uma subida de 81% em relação aos atuais 200 mil.
Fardo Financeiro
Entre as 14 agências envolvidas no Plano de Resposta Regional, publicado em Genebra, está o Alto Comissariado da ONU para Refugiados, Acnur.
A agência disse que os países vizinhos dispõem de recursos limitados, numa altura em que suportam um fardo financeiro cada vez mais pesado devido ao conflito centro-africano que se agravou em dezembro passado.
Destino
Entretanto, a Organização Internacional para Migrações, OIM, anunciou a contínua chegada de dezenas de milhares de muçulmanos, migrantes e refugiados que fogem de grupos armados na República Centro-Africana.
Os países de destino são o Chade, os Camarões, a República Democrática do Congo e a República do Congo.
Com equipas no Chade e nos Camarões, a agência regista relatos de recém-chegados em estado de desespero depois de terem vivido ao relento por longo tempo.
Muitos perderam os meios de subsistência e têm o seu acesso limitado à água potável, higiene e cuidados primários de saúde. A subsistência das famílias é graças à poupança que já está praticamente esgotada.