Entidades humanitárias calculam necessidades para o Sudão do Sul
Estimativas da ONU apontam para 3,7 milhões de necessitados; subsecretário-Geral da ONU para Operações de Paz pede atenção para solução política.
Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.
As Nações Unidas devem pedir formalmente US$ 1,3 mil milhões, nos próximos dias, para fornecer alimentos, água, assistência médica e abrigo aos deslocados do Sudão do Sul.
A informação foi dada pelo Escritório de Assistência Humanitária no país, que estima que 3,7 milhões de pessoas estejam a precisar do tipo de auxílio.
Acampamentos
Cerca de 10 dias após o alcance do entendimento para pôr termo aos confrontos, a entidade disse que lida com tensões nos acampamentos da ONU que abrigam 85 mil pessoas. Além de superlotados, os locais registam altas temperaturas.
Os cerca de 830 mil sul-sudaneses que abandonaram as suas casas são a outra faceta do cenário. Destes, 700 mil estão dentro do país.
Mortes
O Escritório diz que está a lidar com doenças como sarampo, diarreia aguda e malnutrição. Nas instalações, também são registadas mortes apesar do que se considera um número menor comparativamente ao verificado nos confrontos entre as facções apoiantes do governo e do antigo vice-presidente Riek Machar.
No fim de uma visita ao Sudão do Sul, nesta segunda-feira, o subsecretário-geral da ONU para as Operações de Paz, Hervé Ladsous, disse que a prioridade deve ser para a implementação do cessar-fogo assinado a 23 de janeiro.
Ladsous deu o recado ao presidente Salva Kiir, na visita que também incluiu um contacto com os afetados no qual “cuidado no trabalho coletivo com vista a uma solução política”, tida como única saída para a crise.