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Opaq diz-se maravilhada pela atribuição do Prémio Nobel da Paz 2013

Opaq diz-se maravilhada pela atribuição do Prémio Nobel da Paz 2013

Comité Nobel destaca “extenso trabalho” da entidade que verifica destruição de armas químicas na Síria; entidade aponta progressos dos membros da equipa no terreno em 10 dias no país do Médio Oriente.

Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.

Após o anúncio da atribuição do Prémio Nobel da Paz 2013, o diretor-geral da Organização para a Proibição de Armas Químicas, Opaq, disse que estava maravilhado e que “aceitava a honra com humildade.”

O chefe da Opaq, Ahmet Üzümcü, considerou que o Prémio Nobel vai estimular o esforço incansável, o compromisso mais forte,  à maior dedicação do pessoal da entidade e aos que foram enviados à Síria nas últimas semanas.

O galardão foi anunciado, nesta sexta-feira, em Oslo, pelo presidente do Comité Nobel norueguês, Thorbjoern Jagland. O reconhecimento foi para o que chamou “extenso trabalho” da Opaq.

Ele disse que as convenções e os trabalhos da entidade têm definido o uso de armas químicas como um tabu sob o Direito Internacional.

Thorbjoern Jagland considerou, entretanto,  que os recentes acontecimentos na Síria, onde as armas químicas foram novamente usadas, sublinharam a necessidade de aumentar os esforços para acabar com o tipo de armas. Conforme disse mesmo sem a crise, o Comité teria chegado à mesma conclusão por acompanhar os trabalhos há algum tempo.

Perigo Claro

O Secretário-Geral da ONU felicitou a entidade pelo reconhecimento, que disse ocorrer cerca de 100 anos após o primeiro ataque químico e 50 dias depois de serem usadas na Síria. Ban Ki-moon disse que longe de ser uma relíquia do passado, as armas químicas continuam a ser um perigo claro e presente.

Ban anunciou que o Conselho de Segurança deve aprovar, nesta sexta-feira, a missão conjunta Opaq-ONU na Síria, na sequência dos trabalhos da Missão de Investigação de Armas Químicas das Nações Unidas, tidos como um marco.

Síria

A distinção foi feita no dia em que a entidade confirmou que 60 membros da equipa de avanço, que integra a ONU, estão na capital síria Damasco. Trata-se de inspetores e de pessoal de apoio com a missão de verificar a destruição das armas químicas no país do Médio Oriente.

Thorbjoern Jagland disse que as convenções e os trabalhos da Opaq têm definido o uso de armas químicas como um tabu sob o direito internacional.

Mas considerou que os recentes acontecimentos na Síria, onde as armas químicas foram novamente usadas, sublinharam a necessidade de aumentar os esforços para acabar com o tipo de armas.

Compromisso

A entidade diz que por mais de 16 anos tem feito o que se espera de si, inspirada pelo espírito humanitário imbuído na Convenção sobre Armas Químicas.

Progressos 

A Opaq diz estar ciente do trabalho silencioso, que contribui para a paz mundial, e ressalta que as últimas semanas o facto foi levado à tona quando a comunidade internacional tomou conhecimento do seu trabalho.

Entretanto, a equipa avançada da Opaq e da ONU falou de “bons progressos na verificação da informação apresentada pelo Governo sírio relativamente ao seu programa de armas químicas.

Estoques

No final dos primeiros 10 dias de operações no terreno, as equipas de verificação dizem ter inspecionado três locais e que estão em curso planos para novas visitas. Durante o período, foi supervisionada a destruição pelo país de alguns dos estoques de munições e equipamentos de produção de armas químicas.

A equipa disse estar em curso o processo de verificação de informações iniciais e complementares do programa dos artefactos da Síria.