Mali: Ban saúda acordo de cessar-fogo entre governo e milícias tuaregues
Secretário-Geral considera que acordo abre caminho para a realização de eleições presidenciais; pacto envolve autoridades e rebeldes que defendem autonomia do norte do país da África Ocidental.
Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.
O Secretário-Geral das Nações Unidas saudou, esta terça-feira, a assinatura do acordo de cessar-fogo imediato entre o governo e as milícias tuaregues do Mali.
O pacto foi firmado pelas autoridades malianas, o Movimento Nacional para a Libertação de Azawad e o Alto Conselho para a Unidade dos Azawad, na capital do Burkina Faso, Ouagadougou.
Presidenciais
Para Ban Ki-moon, o acordo abre o caminho para a realização de eleições presidenciais em todo o país, além de comprometer as partes na discussão de “uma paz sustentável através de um diálogo inclusivo” após o pleito.
Os rebeldes tuaregues defendem a autonomia do norte desde que o país francófono declarou a sua independência, em 1960.
Tomada de Kidal
Após a ofensiva levada a cabo pelo exército, apoiado pela França, em janeiro passado, agências noticiosas confirmaram que as milícias tomaram a região de Kidal depois da retirada dos rebeldes islamitas.
O Secretário-Geral manifestou-se “encorajado pelo compromisso das partes para a reconciliação nacional e a resolução das diferenças através do diálogo. Ambas foram instadas a dar início à aplicação do acordo.
Mediação
Na nota, Ban agradece os esforços de mediação da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental liderada pelo presidentes burquinabe e nigeriano, em parceria com a União Africana.
As Nações Unidas, que também participaram no processo, manifestaram a sua prontidão em apoiar a implementação do acordo, através de várias componentes, incluindo a Missão de Estabilização Multidimensional Integrada no Mali.