ONU lembra seis décadas da posse de ex-chefe, Dag Hammarskjöld
Em evento especial, ONU recordou investidura do sueco a segundo secretário-geral; Ban Ki-moon diz que sentido de missão foi um dos legados para os dias de hoje.
Eleutério Guevane da Rádio ONU em Nova Iorque.
As Nações Unidas assinalaram esta quarta-feira os 60 anos após a tomada de posse do sueco Dag Hammarskjöld ao cargo de secretário-geral. Ele atuou no posto por sete anos até sua morte num acidente aéreo entre a República Democrática do Congo com a atual Zâmbia. O desastre ocorreu em 18 de Setembro de 1961.
A figura de Hammarskjöld foi enaltecida pelo atual chefe da ONU. A cerimónia reuniu além de funcionários, representantes dos Estados-membros, amigos, familiares e a liderança da sua Fundação.
Filme
Na ocasião foram projetadas imagens da tomada de posse de Hammarskjöld. O evento incluiu um debate sobre a sua obra e um livro de 700 páginas publicado pela Universidade de Michigan.
Num discurso, o atual Secretário-Geral, Ban Ki-moon, disse que se Hammarskjöld estivesse vivo, ele faria as mesmas perguntas que ele, Ban, se coloca hoje no cargo. E destacou o que chamou de “autorreflexão que levou à abnegação” do homenageado.
Miséria e Guerra
Segundo referiu, no topo das questões estaria o tipo de responsabilidade para com os milhões de pessoas que olham para a ONU para apoiar no fim da miséria da guerra, da pobreza e da repressão.
Para Ban, as perguntas incluiriam como levar os governos a ver os seus interesses nacionais na perspetiva global, e como aliar o impacto duradouro das Nações Unidas.
Perigos
O chefe da ONU recordou que quando Dag Hammarskjöld foi empossado, a Assembleia Geral tinha apenas 60 membros. Ele disse que as comemorações lembravam os perigos enfrentados pelos que servem na organização.
Ban referiu-se à morte de capacetes azuis, nesta terça-feira, no Sudão do Sul, ao destacar que desde que Dag Hammarskjöld morreu milhares de outros agentes e soldados perderam a vida ao serviço da “bandeira azul.”
Antes de trabalhar nas Nações Unidas, Dag Hammarskjöld foi vice-ministro das Relações Exteriores da Suécia, após ter sido assessor para Questões Económicas e Financeiras na instituição. Ele recebeu o Prémio Nobel da Paz, em 196, numa homenagem póstuma.