Relatório destaca necessidade de apostar em jovens e mulheres na Somália
De acordo com o Pnud, mais de sete em cada 10 somalis têm menos de 30 anos; taxa de fertilidade é estimada em 6,2 nascimentos por mulher.
Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.
A capacitação de jovens para estimular o crescimento económico e político da Somália é tida como crucial para o avanço do país. De acordo com um relatório das Nações Unidas, lançado esta sexta-feira, em Nova Iorque, mais de sete em cada 10 somalis são menores de 30 anos.
O “Relatório de Desenvolvimento Humano na Somália 2012: Capacitar os Jovens para a Paz e Desenvolvimento”, recomenda a adoção de uma agenda de desenvolvimento nacional que apoie às mulheres.
Crescimento
Estima-se que a população jovem mantenha o ritmo de crescimento devido a altas taxas de fertilidade, que devem rondar 6,2 nascimentos por mulher entre 2010 e 2015.
Para produzir o documento, foram realizados inquéritos em mais de 3 mil famílias das regiões do sul da Somália, da Puntlândia e da Somalilândia.
Frustração
Foi constatado que os jovens sentem-se impotentes devido às múltiplas barreiras estruturais construídas na família, nas instituições, no governo local e na sociedade que acabam por criar “um alto nível de frustração.”
A maioria destes, entretanto, acredita que tem o direito à educação e ao acesso a um emprego decente, caso tenha acesso à formação adequada.
Paz e Reconciliação
Decorre no país um processo de paz e reconciliação nacional, que marca o fim ao período de transição política de oito anos. Nas últimas semanas, a Somália adotou a nova Constituição provisória e estabeleceu um novo parlamento que elegeu o novo presidente da República.
O lançamento do primeiro relatório do género no país, em mais de uma década, segue-se a uma mini-cimeira sobre a Somália, realizada à margem da 67ª Sessão da Assembleia Geral da ONU.