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Destacado património “infinitamente rico” deixado pelos escravos

Destacado património “infinitamente rico” deixado pelos escravos

No âmbito da celebração do 23 de Agosto, o Dia Internacional de Lembrança da Escravatura e da sua Abolição, Unesco aborda a forma como o fenómeno moldou o mundo. 

Mônica Villela Grayley, da Rádio ONU em Nova Iorque.*

Os escravos deixaram um património cultural “infinitamente rico” a ser partilhado atualmente por todos os continentes, indica a Organização da ONU para a Educação, Ciência e Cultura, Unesco.

A agência ressalta o contributo de danças, músicas e expressões artísticas da época esclavagista, no âmbito da celebração do 23 de Agosto, o Dia Internacional de Lembrança da Escravatura e sua Abolição.

Reaproximação

Em entrevista à Rádio ONU, em Nova Iorque, o representante permanente da União Africana junto da ONU, Téte António falou de esforços da organização continental em prol de uma maior reaproximação com afrodescendentes.

“Continuamos com esse trabalho, a nível das representações da e da sede, onde temos um departamento para tratar da diáspora, na União Africana, que vai coordenar esforços de maneira a nos reencontrarmos, todos filhos provenientes de África, para que se olhe para o continente e este olhe para eles”, explicou.

Ascendência Africana

Este ano, a Data é marcada pela preparação para a Década das Pessoas de Ascendência Africana que será proclamada pelas Nações Unidas em 2012.

Em mensagem, a diretora-geral da Unesco, Irina Bokova, disse que “a história do tráfico de escravos e da abolição moldou o mundo. Lembrou que os levantes surgidos em várias partes do globo serviram de “reflexão e ação para a proteção dos direitos humanos.” 

Comércio Transatlântico

A data de 23 de agosto foi escolhida por ter sido o dia em que uma revolta foi iniciada pelos escravos em Santo Domingo, no atual Haiti. O protesto levaria à abolição do comércio transatlântico de escravos.

De acordo com a Unesco, a divulgação da história é fundamental para combater o racismo e para ajudar na construção da paz.

A diretora-geral da agência afirmou que os nomes dos heróis pelo fim da luta da escravatura devem ser lembrados, pois eles são heróis da Humanidade.