ONU fala de intimidação contra jornalistas e ativistas na Etiópia
Recentemente, 20 profissionais de informação e figuras da oposição etíope foram condenados ao abrigo da lei antiterrorismo; reação segue-se à da Comissão Africana de Direitos Humanos.
[caption id="attachment_216770" align="alignleft" width="350" caption="Navi Pillay"]
Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.
A alta comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos manifestou grave preocupação com o que chamou “atual clima de intimidação contra ativistas e jornalistas” na Etiópia.
Em nota publicada, esta quarta-feira, em Genebra, Navi Pillay, disse que no país têm sido usadas leis “excessivamente generalistas” sobre o terrorismo e impostas restrições às organizações da sociedade civil.
Figuras da Oposição
Recentemente, 20 profissionais de informação e figuras da oposição etíope foram condenados ao abrigo da lei antiterrorismo, incluindo o famoso bloguista Eskinder Nega.
Para Pillay, a vaga de detenções trouxe à tona “a gritante situação precária” de jornalistas, defensores dos direitos humanos e críticos do governo. A alta comissária pediu que haja um esforço governamental para garantir a independência do judicial.
Legislação
Uma sugestão foi avançada no sentido das autoridades reverem as legislações antiterrorismo e sobre organizações da sociedade civil, além da sua aplicação e interpretação pelos tribunais.
Pillay considerou que o que chamou de “sentenças duras” contra jornalistas e críticos do governo além das restrições às Ongs de Direitos Humanos no país, têm sufocado a dissidência e minado seriamente a liberdade de opinião e de expressão na Etiópia.
Antes, a Comissão Africana de Direitos Humanos “expressou alarme” com a perseguição de jornalistas e de membros da oposição na Etiópia, sob acusações de terrorismo e de traição.