Violência na Nigéria pode ser considerada “crime contra Humanidade”
Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos apela a todos os líderes para concertar esforços para acabar com a violência contra civis; alta comissária Navi Pillay sublinha que situação é violação da tolerância religiosa, um dos pilares da unidade nigeriana.
[caption id="attachment_201242" align="alignleft" width="350" caption="Navi Pillay"]
Joyce de Pina, da Rádio ONU em Nova Iorque.
A alta comissária das Nações Unidas, Navi Pillay, afirmou que a onda de violência religiosa e sectária na Nigéria pode ser considerada “crime contra a Humanidade”.
A mensagem de Pillay foi dirigida aos líderes religiosos e políticos da Nigéria. Os principais autores da violência, de acordo com o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos, seriam membros do grupo Boko Haram.
Unidade Nacional
A alta comissária pediu aos líderes politicos e religiosos do país para tentarem o diálogo e concertar esforços para colocar um fim à violência.
Pillay indicou ainda que a situação que se vive na Nigéria é uma ameaça à unidade nacional e que qualquer pessoa que incite à violência tem de ser responsabilizada, independentemente, da sua posição.
Ação Firme
O porta-voz dela, Rupert Colville, indicou, de Genebra, que as autoridades nigerianas têm de agir de forma firme para lidar com grupos como Boko Haram. No entanto, também deixou um alerta:
“Se as forças de segurança não respeitarem os direitos humanos, ou utilizarem de forma excessiva a força, podem estar a piorar a situação. Podem causar ressentimento junto da população e isso é a última coisa que o país necessita agora. As autoridades estão numa posição muito difícil. E estão a lidar com uma situação muito tensa e com pessoas muito perigosas”.
De acordo com o Alto Comissariado, mais de mil pessoas foram mortas na Nigéria nos últimos três anos vítimas de violência sectária levada a cabo pelo grupo Boko Haram.