ONU quer investigação independente sobre mortes na Síria (Português Brasil)
Alta comissária de Direitos Humanos pediu fim dos assassinatos e disse que “violência contra ativistas mostra que governo não está levando reforma a sério ou não consegue controlar as próprias forças de segurança”.
Mônica Villela Grayley, da Rádio ONU em Nova York.
A alta comissária de Direitos Humanos da ONU, Navi Pillay, pediu o fim imediato dos assassinatos na Síria, que estão ocorrendo desde a sexta-feira, em repressão a manifestantes pró-democracia no país árabe.
Em comunicado, divulgado nesta segunda-feira, em Genebra, Pillay disse que recebeu uma lista com nomes de 76 pessoas que foram mortas na sexta-feira, mas segundo ela, o número pode ser ainda maior. O escritório da ONU está analisando relatos de mais 13 assassinatos ocorridos um dia depois, no enterro das vítimas.
Comunidade Internacional
A alta comissária pediu uma investigação independente das mortes e disse que os autores do crime devem ser punidos.
De acordo com agências de notícias, nesta segunda-feira, tanques do Exército sírio teriam entrado na cidade de Deraa, no sul do país, para reprimir protestos. Os manifestantes exigem a saída do presidente Bashar al-Assad do posto.
Navi Pillay disse que a comunidade internacional já pediu, várias vezes, ao governo sírio que pare de matar o próprio provo, mas segundo ela, os apelos não estão sendo atendidos.
Para a alta-comissária da ONU, a violência aos manifestantes pacíficos é uma prova ou de que o governo sírio não está levando as reformas, anunciadas pelo presidente a sério, ou que não tem como controlar suas próprias forças de segurança.
Jornalistas e Ativistas
Pillay recebeu relatos sobre prisão de centenas de jornalistas e ativistas dos direitos humanos. Ela pediu ao governo que liberte todos os detidos, e afirmou que sua equipe está pronta para enviar uma missão à Síria para avaliar a situação do país.
O comunicado de Navi Pillay foi divulgado dias após o Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon, ter pedido ao governo sírio o fim do que ele chamou de "derramamento de sangue" e o respeito aos direitos humanos internacionais.
Ban Ki-moon disse que as autoridades sírias não devem esquecer de sua obrigação de respeitar o direito à liberdade de expressão em reuniões pacíficas, assim como a liberdade de imprensa.