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ONU pede que se evitem represálias na Côte d’Ivoire (Português África)

ONU pede que se evitem represálias na Côte d’Ivoire (Português África)

Alto Comissariado para os Direitos Humanos realça importância da prestação de contas e do Estado de Direito para a reconciliação nacional.

Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.

A alta comissária da ONU para os Direitos Humanos apelou às partes em Côte d'Ivoire para evitarem represálias. Em nota publicada nesta terça-feira, em Genebra, Navi Pillay fez notar que a prestação de contas e o Estado de Direito são precondições importantes para a reconciliação nacional.

Nesta segunda-feira, o antigo presidente, Laurent Gbagbo, rendeu-se às forças leais ao presidente-eleito, Alassane Ouattara. Gbagbo recusava abandonar o poder por contestar a sua derrota eleitoral nas presidenciais de Novembro passado no país, também conhecido como Costa do Marfim.

Mortes

Pelo menos 536 pessoas morreram nas cidades de Duékoué, Guiglo, Blolequin e Bangolo, a oeste do país desde finais de Março, referiu a alta comissária para os Direitos Humanos.

No comunicado, Pillay considera essencial a abertura de investigações que conduzam a um julgamento e prestação de contas dos responsáveis pela violência de ambos os lados.

Investigação

No seu pronunciamento, a alta comissária expressou igualmente preocupação com a prisão de vários soldados leais a Gbagbo. Segundo refere, os soldados foram detidos nesta segunda-feira, em Abidjan, mas não há clareza em relação ao seu paradeiro nem como estariam a ser tratados.

Entretanto, o Conselho da ONU dos Direitos Humanos apontou, esta terça-feira, três peritos para integrarem uma comissão de inquérito para investigar as alegações de abusos e violações ocorridas desde Novembro passado.

Circunstâncias

A comissão tem por mandato investigar os factos e circunstâncias dos acontecimentos com vista a "indentificar os responsáveis pelos actos para que sejam levados à justiça."

Nesta segunda-feira, o Secretário-Geral, Ban Ki-moon, manteve uma conversa telefónica com Alassane Ouattara onde sublinhou a necessidade de evitar um derramamento de sangue.

Ele saudou a decisão de Ouattara de estabelecer uma comissão para a verdade e reconciliação no país da África Ocidental.