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ONU investiga relatos de violência com partes do conflito marfinense

ONU investiga relatos de violência com partes do conflito marfinense

Segundo peritos, várias pessoas teriam sido queimadas vivas e lançadas em poços; sobe para 244 o número mortos na cidade de Duékoué.

Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.

O secretário-geral assistente para os Direitos Humanos, Ivan Šimonovic, discutiu a descoberta de pelo menos 100 corpos no leste de Cote d'Ivoire, com o presidente Alassane Ouattara e um representante de Laurent Gbagbo.

O encontro com Ouattara, reconhecido internacionalmente como presidente-eleito, decorreu nesta quinta-feira em Abidjan, e foi seguido de uma conversa telefónica com um ministro de Gbagbo, refere o Escritório da ONU para os Direitos Humanos.

Descoberta

Em comunicado, o escritório refere que os corpos foram encontrados por equipas dos direitos humanos nas últimas 24 horas, em três diferentes centros urbanos do oeste do país, também conhecido como Costa do Marfim.

Segundo aponta, foram descobertos 15 corpos na cidade de Duékoué, elevando para 244 o número mortos na sequência dos incidentes tribais ocorridos a 28 e 29 de Março.

Vítimas

O grupo dos peritos, que investiga os relatos de assassinatos e outras violações, acredita que as vítimas sejam da etnia Guerre, tida como apoiante de Laurent Gbagbo, que se recusa a deixar o poder após as presidenciais do ano passado.

Os peritos apontam que as mortes teriam ocorrido durante a invasão das forças leais a Ouattara a Duékoué. Várias pessoas teriam sido queimadas vivas e lançadas em poços.

Milícias

Na vila de Blolequin, no leste de Duékoué, foram encontrados 40 cadáveres, após um voo de helicóptero da equipa dos direitos humanos.

Outros 60 corpos foram encontrados em Guiglo, incluindo de cidadãos da África Ocidental.

Segundo agências de notícias, Laurent Gbagbo continua cercado por forças pró-Ouattara na sua residência na capital comercial, Abidjan.