Protestos no mundo árabe reflectem altas taxas de desemprego, diz OIM (Português África)
Desemprego acima dos 23% aliado a fracas condições de trabalho apontados como como raízes do fenómeno; OIM deplora discriminação anti-sindical no Bahrein.
Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.
O nível de desemprego ‘extremamente alto' no mundo árabe é uma das principais causas das manifestações na região, refere a Organização Internacional do Trabalho, OIT.
De acordo com Dorothea Schmit, especialista sénior sobre o Desemprego da OIT, no Cairo, a taxa de desemprego no mundo árabe fixou-se em 23,4% em 2010.
Protestos
As primeiras revoltas ocorreram na Tunísia, em Janeiro, e foram seguidas por protestos no Egipto, Argélia, Iémen, Jordânia, Bahrein e Líbia.
Schmit referiu que os empregados da região gozam de fracas condições de trabalho, baixos salários, pouca protecção social e falta de perspectivas de progressão na carreira.
Discriminação Anti-sindical
O director geral da OIT, Juan Somavia, reiterou recentemente a sua preocupação com os desenvolvimentos relativamente aos trabalhadores no Bahrein.
Em carta dirigida ao primeiro-ministro do país, ele deplora relatos de actos generalizados de discriminação anti-sindical contra membros da Federação Geral de Sindicatos.
A OIM aponta que o sentimento de frustração é exacerbado pelo facto de os pais não terem o retorno de investimento na educação dos filhos. A agência recomenda que sejam introduzidas políticas para assegurar o equilíbrio entre a procura e oferta de trabalho na região.