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Perda de ozônio no Ártico bate nível recorde (Português Brasil)

Perda de ozônio no Ártico bate nível recorde (Português Brasil)

Redução chegou a 40% em 2011 devido às baixas temperaturas na estratosfera e às substâncias químicas industriais.

Marina Estarque, da Rádio ONU em Nova York.*

A Organização Meteorológica Mundial, OMM, afirmou que a perda de ozônio no Ártico atingiu a taxa recorde de 40% desde o início do inverno na região até o final de março. O máximo já registrado anteriormente era de 30% durante toda a estação de frio.

A redução se deve à combinação de temperaturas baixas na estratosfera com a persistência de substâncias químicas industriais que destroem o gás. O secretário-geral da OMM, Michel Jarraud, disse que o Ártico continua vulnerável à perda de ozônio devido à atividade humana e que é preciso ficar atento à situação da região nos próximos anos.

Riscos

A camada de ozônio, localizada na estratosfera, é responsável por filtrar os raios ultravioleta do sol. Nos seres humanos, níveis elevados de exposição aos raios ultravioleta podem causar câncer de pele, catarata e danos ao sistema imunológico. Algumas plantações e vida marinha também sofrem alterações adversas.

Protocolo de Montreal

O consumo e produção dos CFCs, clorofluorocarboneto, e halons foram proibidos em 1987. No entanto, esses compostos químicos industriais permanecem na atmosfera por várias décadas. Por isso, seus níveis ainda estão longe de atingir aqueles previstos pelo Protocolo de Montreal.

Graças ao acordo, a camada de ozônio deve retornar, até 2040, ao seu estado anterior a 1980. Já os níveis de ozônio na Antártida, durante a primavera, devem se recuperar entre 2045 e 2060. O Ártico deve fazer o mesmo uma ou duas décadas mais cedo que o pólo sul.

Temperaturas baixas

Apesar deste inverno ter sido mais quente na superfície do Ártico, na estratosfera o frio está mais intenso que o normal. Segundo a OMM, a maior concentração de gases do efeito estufa pode estar causando o resfriamento a longo prazo da camada atmosférica, mas não responde pelas altas variações do clima na região.

A destruição do ozônio acontece nas regiões polares sempre que as temperaturas ficam abaixo de -78Cº. Na Antártida, esse fenômeno ocorre anualmente e ficou conhecido como buraco da camada de ozônio. Já no Ártico, a ocorrência depende da variação térmica, mas pode oferecer mais riscos por estar mais próxima a regiões habitadas.

*Apresentação: Leda Letra, da Rádio ONU em Nova York.