Lançado alerta para impacto da crise alimentar nos direitos humanos na Somália
Perito independente pede esforços redobrados para abordar efeitos da emergência alimentar; 32% dos somalis dependem de auxílio de emergência.
Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.
A comunidade internacional deve intensificar os seus esforços para abordar os efeitos devastadores da seca contínua que afecta os somalis, disse esta quarta-feira um perito independente da ONU para a situação dos direitos humanos na Somália.
De acordo com Shamsul Bari, a seca aliada à resposta lenta da comunidade internacional é extremamente grave e "pode causar um desastre natural e humanitário." Ele identificou os dois factores como causas principais das deslocações das populações.
Resposta
O perito sublinhou que o auxílio internacional para combater os efeitos da seca está longe de responder às necessidades em termos do acesso à água potável, nutrição, saúde e outros.
Falando sobre a visita que efectuou ao país, em finais de Fevereiro, o perito recomenda à comunidade internacional, incluindo a ONU, a avançar com medidas imediatas para fazer frente à crise humanitária.
Direitos Humanos
Ele chamou atenção para o facto da situação estar a afectar "todos os direitos humanos da população vulnerável, incluindo mulheres, crianças, idosos, desalojados internos e minorias."
Shamsul Bari frisou ainda que depois de um contacto com autoridades e a sociedade civil, apurou que a assistência à população afectada tem sido oferecida próximo aos centros urbanos, incluindo a capital Mogadíscio, onde ocorrem combates que colocam a população em risco.
Emergência
De acordo com a mais recente avaliação sobre segurança alimentar, 2,4 milhões de somalis, correspondentes a 32%, estão em situação de emergência humanitária. Eles dependem de assistência alimentar e de subsistência, pelo menos até Junho de 2011.
Além da seca, a falta de chuvas, insegurança e a deslocação das populações são tidos como factores que agravam o estado de carência.