ONU pede afastamento de suspeitos de violação em massa na RD Congo (Português África)
Segundo relatos, mais de 30 mulheres foram violadas na noite do Ano Novo; julgamento deve começar na próxima semana.
Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.
A Missão da ONU na República Democrática do Congo, Monusco, pediu o afastamento do comandante e um adjunto da unidade militar suspeitos de envolvimento com violações.
Os crimes ocorrreram na noite de Ano Novo, na localidade de Fizi, no leste.
Investigações
A denúncia das violações de mais de 30 mulheres foi feita pela ONG Médicos Sem Fronteiras . O comandante, que nega as acusações, diz que os soldados que atacaram a localidade desobedeceram às suas ordens.
De acordo com o porta-voz do Secretário-Geral da ONU, Martin Nesirky, dois comandantes militares da área fugiram e os restantes devem ser julgados num tribunal a ser criado na localidade, na próxima semana.
Segundo o porta-voz, a missão apelou à acção imediata por parte das autoridades, para levar os perpetradores das violações à justiça.
Detenções
A representante do Secretário-Geral da ONU sobre Violência Sexual em Conflitos, Margot Wallström, apelou recentemente às autoridades do país a investigarem sem demoras as alegações.
A Monusco anunciou a prisão de 10 soldados suspeitos de violação e sequestros no país.
Exército
O caso é tido como incidente mais grave envolvendo o Exército onde têm ocorrido vários casos de violações em massa.
Há poucos meses, a equipa dos direitos humanos confirmou a violação de mais de 300 civis, entre 30 de Julho e 2 de Agosto, na região de Walikale, também no leste da R D Congo.