Retoma programa de visitas familiares entre sarauís

Programa humanitário do Acnur facilita o reencontro de famílias separadas há mais de 30 anos.

Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.

A Agência das Nações Unidas para Refugiados, Acnur, anunciou esta sexta-feira um programa para facilitar o reinício de visitas entre familiares de refugiados do Saara Ocidental, separados há mais de 30 anos.

O Programa de Medidas de Construção de Confiança, lançado pela agência em 2004, é de carácter humanitário e não-político.

Apoio

O objectivo é apoiar refugiados que vivem na região de Tindouf, na Argélia e seus os familiares no Saara Ocidental.

Refugiados sarauís começaram a chegar à Argélia em 1976, após a retirada da Espanha do Saara Ocidental, seguida de lutas pelo controle do território.

Muitos sarauís refugiados na Argélia vivem há mais de três décadas, nos campos da localidade de Tindouf, de acordo com o Acnur.

Programa

O programa da agência será desenvolvido com o Marrocos, a Frente Polisário e a Argélia, na sua qualidade de país anfitrião.

A porta-voz do Acnur, Melissa Flemming, anunciou numa conferência de imprensa, em Genebra, o transporte de 30 pessoas do Sahara Ocidental para o campo argelino e a partida de outros 33 para o sentido inverso.

Segundo a porta-voz, as famílias vão passar cinco dias umas com as outras antes do seu regresso.

Lista de Espera

Ela agradeceu ao governo marroquino e a Frente Polisario pelo apoio ao regresso dos refugiados.

Cerca de 12,6 mil sarauís já beneficiaram do programa de visitas familiares e 31 mil estão na lista de espera para voltares a reunir com os seus familiares.

As Nações Unidas tentam ajudar a disputa sobre o estatuto do Saara Ocidental, através de esforços empreendidos pelo enviado do Secretário-Geral, Ban Ki-moon, Christopher Ross.

O Marrocos apresentou um plano de autonomia do território enquanto a posição da Frente Polisario é que o seu estatuto seja decidido em referendo que inclua a opção pela independência.