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Acnur renova apelo a proteção internacional de Somalis no Quénia

Acnur renova apelo a proteção internacional de Somalis no Quénia

Os conflitos no país causaram grande número de deslocados; muitos fugiram para o Quénia, onde vivem em condições precárias, o que piorou com a ordem de expulsão que receberam.

Susete Sampaio, da Rádio ONU em Nova Iorque.

O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados, Acnur, está preocupado com o destino de mais de 8 mil somalis expulsos do Quénia nesta semana.

Em declarações esta sexta-feira, em Genebra, o porta-voz do Acnur, Adrian Edwards, mostrou a preocupação da agência com a situação dos refugiados, repetido o apelo de proteção internacional.

Riscos do regresso

O apelo já tinha sido feito uma primeira vez, pelo alto comissário para os Refugiados, António Guterres, em discurso perante o Comité Executivo do Acnur, no mês de Outubro.

Nessa altura, Guterres pedira que essa proteção concorde com as diretrizes atualizadas no início do ano e que estabelecem os riscos que cada refugiado incorre ao regressar à zona central ou sul da Somália.

Os expulsos encontravam-se desde o dia 17 de Outubro, acampados na zona de Fronteira Ponto 1, debaixo de condições difíceis. Na sua maioria, eram mulheres, crianças e idosos, que fugiram dos confrontos entre o grupo Al-Shabaab e as forças Ahlu Sunna Wal Jamaa na cidade de Bulla Hawo.

Ordem de expulsão

Após a expulsão, a maioria dos refugiados que se encontravam na localidade de Mandera no nordeste do país, instalaram-se inicialmente nas terras entre o Quénia e Somália. Esta manha, alguns dispersaram, enquanto outros devem ter fugido para a Etiópia, segundo o Acnur.

Nesta quinta-feira, funcionários do Acnur, comunicaram por telefone com alguns refugiados. Os somalis informaram-lhes do receio de regressar a casa, onde ainda existe insegurança, e de que maior parte dos abrigos em que vivem são feitos de paus. Nessa situação, os somalis indicaram que precisam de melhores abrigos, comida e água.