FAO lança aviso sobre praga de gafanhotos em Madagáscar

Agência diz que terrenos agrícolas estão em risco e que são necessárias medidas de emergência antes das chuvas de Outubro.

[caption id="attachment_183455" align="alignleft" width="175" caption="Foto: FAO"]

João Rosário, da Rádio ONU em Lisboa.

A Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, FAO, alertou esta quinta feira para o risco de uma praga de gafanhotos poder dizimar as culturas de Madagáscar.

Um número incerto de enxames de gafanhotos saiu da região sudoeste do país onde os insectos são habitualmente contidos e começaram a espalhar-se para o este e para norte, atingindo a zona de Maintirano.

Controlo

O governo de Madagáscar calcula que possam estar em risco 460 mil famílias nas zonas rurais.

A FAO entende que é necessário começar de imediato o controlo dos insectos de modo a antecipar a estação das chuvas, que começa a meio de Outubro.

Só assim se poderá evitar o aumento do número de gafanhotos e impedir que se tornem numa praga.

Actualmente Madagáscar está na estação fria e seca, que não é propícia para o desenvolvimento dos insectos. No entanto, o tempo húmido e quente que se aproxima e que durará até à primavera vai beneficiar a rápida reprodução dos gafanhotos.

Em tais condições, os insectos podem reproduzir-se a cada dois meses durante um ano.

Riscos

A agência da ONU alerta que a situação pode agravar-se e diz que é preciso começar a fazer vigilância aérea da movimentação dos enxames a partir do início de Setembro.

Segundo a FAO, são necessários US$ 15 milhões para lançar uma campanha de grandes proporções por terra e ar numa área de cerca de 500 mil hectares de terrenos agrícolas.

Um gafanhoto adulto pode consumir o seu próprio peso em comida todos os dias, o equivalente a cerca de dois gramas. Um pequeno enxame destes insectos é capaz de comer por dia a mesma quantidade de comida que 2.500 pessoas